segunda-feira, 30 de junho de 2008

Euro 2008 - XIX


Alemanha 0 - Espanha 1

Quarenta e quatro anos depois, a Espanha volta ao estatuto de Campeã da Europa, após bater, na final, a Alemanha, por uma a zero.

Mereceram, com certeza, os espanhóis que, após os primeiros quinze minutos do jogo dominados pela selecção alemã, conseguiram dar a volta e impor a sua maneira de jogar, envolvente e desconcertante.

Os alemães acusaram esta mudança radical e, aos 33 minutos, o génio de Fernando Torres, verdadeiramente incansável, cheio de garra e que já tinha ameaçado com uma bola à barra da baliza adversária, foi decisivo para levar a melhor sobre a defesa alemã e picar a bola por cima do guarda-redes Lehmann.

A segunda parte do jogo foi, quase, uma fotocópia dos primeiros 45 minutos, com os alemães a pressionarem durante o primeiro quarto de hora para, depois, levarem com verdadeira lição de futebol, administrada por uma equipa extremamente coesa e batalhadora, onde não houve lugar a vedetismos absurdos.


O seleccionador Luís Aragonés, que abandonou o cargo após este torneio, sai com um merecido título no bucho, fazendo lembrar, a nós, portugas, o que devia ter acontecido com Scolari e com a selecção nacional.

A nossa selecção não soube aproveitar e, à semelhança de outras andanças mundanas, onde os espanhóis vão entrando cá no burgo, também no futebol se viu a diferença.

Depois de termos sido eliminados, precisamente, pela Alemanha, valha-nos o sabor, algo amargo para muitos, da vingança Ibérica que “nuestros hermanos”, sabiamente, nos proporcionaram.

Os tiros assustadores

Diz-se, por aí, que os tais seis ou sete tiros disparados para o ar, na noite em que o Sr. Sócrates presidiu a uma jantarada organizada por um qualquer organismo socialista lá daquelas bandas, foram uma brincadeira de mau gosto que visava assustar o primeiro-ministro de alguma da populaça cá do burgo.

Se foi, ou não, brincadeira de mau gosto, o responsável dos disparos lá saberá, mas, se a intenção era, realmente, assustar, houve alguns erros no meio de todo o processo.

Primeiro, tratando-se duma jantarada política, há sempre aquele barulho de fundo, das vozes pseudo entendidas nas mais importantes questões nacionais que se misturam com a musiqueta ambiente.

Ou seja, uns tirinhos passam despercebidos no meio da algazarra e mais valia ter usado uma “Bazuka” ou uma metralhadora, sem dúvida mais eficazes, tendo em conta o propósito da coisa.

Segundo, se a intenção era assustar o Sr. Sócrates, deveria, o tal responsável pelos disparos, ter estudado, antecipadamente, o alinhamento horário do evento e acertado, convenientemente, o seu relógio com o mesmo.

Evitava, desta forma, um gasto inútil de balas e tinha a certeza de assustar a quem, inicialmente, se propusera, em vez de assustar alguma populaça que nada tinha a ver com o assunto.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Pausa

Falta de tempo, uma porra duma maleita que atacou a saúde da pequena cria, e que lhe tem provocado febrões altíssimos, e uma outra porra duma maleita que atacou o computador caseiro são os factores primordiais para que a produção do Sempre a Produzir esteja condenada a passar por uns dias de pausa forçada.

Euro 2008 - VIII

As meias-finais do Euro 2008 não trouxeram grandes surpresas em termos de resultados finais, ainda que pouca gente esperasse ver a Turquia a dar tanta luta à Alemanha.

Alemanha 3 – Turquia 2

A história do jogo resume-se aos 100% de eficácia dos alemães que, com três remates à baliza contrária, marcaram três golos, o último dos quais já em período de compensação.

Quanto aos turcos, surpreenderam mais do que pela positiva e, porventura, até mereciam, mais do que a equipa germânica, passar à final.

Rússia 0 – Espanha 3

Depois dos quatro a um, na fase de grupos, a Espanha voltou a impor-se à Rússia, que esteve muito longe das três ultimas exibições, desta vez por três a zero.

O segredo da Espanha foi muito simples e passou por manietar o meio campo russo, não permitindo qualquer tipo de passe, em condições, que pudesse lançar algum dos pontas de lança da equipa de leste.

Depois foi agarrar no jogo e aproveitar, da melhor maneira, algumas das oportunidades que foram sendo construídas.

Com tanta eficácia, ainda que vinda de escolas diferentes, a final de Domingo afigura-se como sendo um jogão.

Não é segredo que não me importava que o burgo passasse a ser mais uma província de Espanha e, como tal, vou, obviamente, torcer pelos espanhóis na final de Domingo, sem bandeiras penduradas nas janelas de casa nem cachecóis a adornarem os estofos e o tablier da carrinha, claro está.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Quiero explicaciones

O ministro Mário Lino quer explicações sobre as notícias que apontam para um recuo do projecto do TGV em Espanha, já que pressionou para que o projecto andasse mais depressa cá no burgo, por causa do adiantamento das coisas no outro lado da fronteira, e, afinal, parece que o adiantamento não é tão grande como se esperava.

É a eterna mania de ir atrás dos outros, sem perceber que não temos capacidade para isso, numa de armar ao pingarelho perante os nossos parceiros europeus.

Eu, se fosse a ministra espanhola, metia a carta no lixo e mandava o ministro Lino dar uma curva.

Nós é que estamos, lentamente, a invadir esse cantinho à beira-mar plantado, caro senhor, e não temos que dar explicações a ninguém, muito menos, aos invadidos.”, seria parte da minha missiva ao ministro português.

A despreocupação de alguma populaça

Parece que, de acordo com um inquérito realizado pela Nielsen, 26% da populaça cá do burgo afirma que ficam completamente nas lonas depois de pagarem as despesas essenciais.

Este quarto da populaça inclui-se, obviamente, nos 82% que dizem que estão a atravessar uma recessão económica.

O gajo que entrou no café, a falar de tal maneira alto que chamava a atenção de todos, envergando uma T-Shirt de Pipa, no Brasil, calções de praia Pull and Shark, relógio Tag-Heuer e apregoando que tinha ido passar o fim-de-semana num hotel de luxo nos Açores, não deve, com certeza, preocupar-se com as despesas essenciais nem, tão-pouco, com o que tem que gastar para atestar o depósito do Audi (penso eu que um A5) que deixou parado, em segunda fila, à porta do café.

Outros Bloggers no Sempre a Produzir - V


Com os meus agradecimentos, "Os Pensadores Nacionais", por Paulo Rodrigues Ferreira, 00:04.

O acto de generalizar não representa o mais alto nível de honestidade intelectual, nem sequer para lá caminha, no entanto, quando se está a dar uma simples e banal opinião sobre determinado assunto, pouco importa que certas generalizações pareçam erradas a quem as possa vir a ler.

Assim sendo, sinto-me livre para divagar sobre aquilo que penso que sejam os pensadores nacionais.

Quando li a Arte de Ser Português, fiquei com a ideia de que Teixeira de Pascoaes tentava ser optimista em relação a um povo que não lhe dava grandes motivos para sorrir. Em relação a isso, já Miguel Esteves Cardoso me tinha alertado no seu prefácio ao livro: «Os Portugueses não queriam ser quem ele queria. Os Portugueses de Pascoaes nem sequer existiam. Pascoaes nunca percebeu que era tudo invenção dele.»

Eu diria mais: os portugueses de Pascoaes não eram bem portugueses, eram o mito. O mito de Camões, da pátria, de Afonso Henriques, de Vasco da Gama: «As Descobertas foram uma obra essencialmente portuguesa, porque o génio português, encarnado em Camões, lhe deu a forma espiritual, sublimada e eterna.»

A grandeza nacional não pode ser grande quando aquilo que verdadeiramente aconteceu foi sempre na direcção de um lento caminhar para a catástrofe.

Imagine-se se, em tempos de conquista, setenta por cento da população portuguesa passasse fome. Ou se, para que houvesse um Convento de Mafra, os desgraçados tivessem que agonizar. Pense-se que isso pode ter sido verdade.

Clara Pinto Correia, autora de um romance genial, diria melhor: «Se nós nem quando fizemos o nosso melhor fomos bons nisso, porque é que havíamos de ser bons agora fosse no que fosse, estafados, empobrecidos, sugados até ao tutano e com os restos atirados aos cães?» (Trinta Anos de Democracia – E Depois, Pronto).

Por que motivo os portugueses passam a vida a pensar que têm uma superioridade moral em relação a tudo o que não é «nosso»? Já se sabe: não há comida como a portuguesa, não há hino tão bonito como o nosso, não há cidade mais bonita do que Lisboa e praias mais vistosas do que as do Algarve ou de Santa Cruz ou da Ericeira.

A língua portuguesa é, surpresa das surpresas, a mais complexa das línguas. Pois.

Uma generalização: o pensador português é alguém que me irrita. Ainda não começou a escrever e já sei que vou achar pretensioso, ridículo, idiota, imbecil, analfabeto.

Digam-me que não é bem assim, que temos homens de valor como Eduardo Lourenço ou Jorge de Sena. Pois sim. Lourenço vive em França, Sena viveu no Brasil e, posteriormente, nos Estados Unidos.

Sartre, Camus, Aron, Heidegger, Berlin, Popper, Hayek? Não são portugueses. Resta o pensador português que, embora não pertença verdadeiramente a nenhuma elite cultural, se julga dotado, não só de um QI de proporções dantescas, como de uma moral superior a qualquer outra coisa que seja diferente da sua voz.

O intelectual português não fala para mais ninguém do que para ele próprio. Verdade seja dita: só poderia ser dessa maneira. Intelectual nacional que tivesse verdadeiro público, deveria preparar-se para levar com quilos de tomates em público. Mas não. O intelectual fala para dentro. O público não ouve, não escuta, não quer saber. E, quando quer saber, quando se interessa, é para imitar, para copiar, para ser igual ou melhor do que o intelectual que fala para si próprio.

Verdadeiros génios em Portugal? O Nobel iberista, José Saramago? Não vive em Portugal e, por mais qualidades que possa ter, é bom em tudo menos a ter ideias.

Os escritores são bons em Portugal, diz-se. Os poetas portugueses ainda são melhores do que tudo o resto que possa existir no país. Pois bem. Caro leitor: tem lido poesia portuguesa? Gosta? Se gosta, tem o hábito de ler poesia estrangeira? Se tem, por que motivo consegue gostar da poesia que se publica actualmente em Portugal?

Um poeta actualmente genial dentro de portas: nenhum. Não há nenhum génio a escrever versos em Portugal (não digo onde vivo, para que não me queiram linchar). Todavia, admito que possa existir algo para além do normal, do medíocre, a respirar dentro de fronteiras.

Já dizia Rubem Fonseca que nenhum escritor admite a sua mediocridade. Quem me estiver a ler, pensará «o tipo é um idiota, não conhece a minha escrita brilhante.» Claro.

Paulo Rodrigues Ferreira

terça-feira, 24 de junho de 2008

Debandada

Correm notícias de que os profissionais da medicina oriundos do país vizinho estão a dar de frosques cá do burgo e a deixar hospitais, centros de saúde, centros de enfermagem e outros afins a modos que desfalcados.

Já, por várias vezes, tinha referido que esta coisa de importar profissionais de saúde para engrossar as fileiras nacionais, em detrimento da populaça nacional credenciada para os mesmos efeitos, não agoirava nada de bom e parece que o tempo veio a dar-me razão.

Os profissionais espanhóis vieram fazer um pouco de curriculum, fartaram-se de pagar multas, por trazerem viaturas com matrículas espanholas e permanecerem por cá durante vários dias, aperceberam-se de que estavam a ser mal pagos e que, para continuar a exercer este tipo de profissão cá no burgo, teriam que aperfeiçoar, e muito, o nível de “portunhol” falado, o que, com a história do malfadado acordo ortográfico, começou a afigurar-se mais difícil do que, inicialmente, previsto.

Por outro lado, as próprias autoridades vizinhas, pelos vistos bem mais competentes que as cá do burgo, devem ter chegado à conclusão de que estavam a perder muita mão-de-obra especializada e decidiram atraí-los de volta a casa com ordenados, certamente, bem melhores que os praticados cá no burgo.

Resta aguardar para ver qual será a solução que as (in)competentes autoridades nacionais vão encontrar para colmatar a falta destes médicos e enfermeiros.

Irão encontrá-los, como diria o nosso estimado Presidente, na raça cá do burgo ou enveredar por outros caminhos, como encontrar médicos nas lojas chinesas que proliferam em terras lusas, potencialmente mais baratos?

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Outros Bloggers no Sempre a Produzir - IV


Com os meus agradecimentos, “Estilítica”, a Política do Estilo, por JRV, Activismo de Sofá.

Ferreira Leite sublinha situação de emergência social e questiona investimento em novas infra-estruturas”, eis a grande manchete saída do congresso do PSD. Ferreira Leite está a apostar forte na sua face social. Mas afinal o que a distingue de Sócrates? O que distingue o PSD do PS?

A constatação de que o PSD e o PS se encontram cada vez mais próximos é mais do que antiga. Estudos comprovam, inclusive, que o caso português é paradigmático neste sentido. O centro é demasiado centrista, sendo quase inexistente a divisão esquerda/direita entre o PS e o PSD (Ver André Freire, 2006, "Esquerda e Direita na Política Europeia").

Posto isto, o que impulsiona o rotativismo entre os dois principais partidos portugueses? O estilo da liderança parece ser o principal factor diferenciador. Ora um dos líderes é mais inflexível, ora o outro mostra um maior cariz social. Ora um dos líderes se revela mais facilitista, ora o outro logo entende sublinhar a importância dos sacrifícios.

A “estilítica” não é um fenómeno exclusivo do caso português, mas é algo que ganha cada vez maior dimensão legislatura após legislatura. À falta de uma verdadeira divisão esquerda/direita, o estilo é quem mais ordena… Escusado será sublinhar os traços populistas que todo este cenário exibe.

JRV

Fórmula Um 2008 - VIII

GRANDE PRÉMIO DE FRANÇA

22 de Junho de 2008


FORMULA 1 GRAND PRIX DE FRANCE 2008

Circuito de Magny-Cours - 4 quilómetros e 411 metros
Recorde de Melhor Volta - M Schumacher, em 2004, com o tempo de 1:15.377

Resultados

1º - Felipe Massa
2º - Kimi Räikkönen
3º - Jarno Trulli

Volta mais rápida - Kimi Räikkönen, com o tempo de 1:16.630

Campeonato Pilotos

1º - Felipe Massa - 48 pontos
2º - Robert Kubica - 46 pontos
3º - Kimi Räikkönen - 43 pontos

Campeonato Construtores

1º - Ferrari- 91 pontos
2º - BMW - 74 pontos
3º - Mclaren Mercedes - 58 pontos

Não há dúvida que esta época tem sido bastante mais interessante que outras passadas, com mudanças sucessivas nas lideranças dos campeonatos de construtores e de pilotos.

Quinze anos depois do saudoso Ayrton Senna da Silva, a populaça volta a ver um brasileiro na liderança do campeonato de pilotos, após a vitória de Felipe Massa em Magny-Cours.

Depois de ter andado atrás de Räikkönen durante mais de metade da corrida, o brasileiro da Ferrari aproveitou um problema de escape do seu companheiro de equipa e assumiu a liderança.

Extremamente interessante, e prova de que este campeonato pode ter outros pontos de interesse e outros candidatos aos lugares da frente, foi a luta renhida para o terceiro lugar, travada entre Jarno Trulli (Toyota) e Heikki Kovalainen (McLaren Mercedes), que terminou com o italiano a levar a melhor, mas retirando-lhe toda e qualquer hipótese de se aplicar a fundo com vista a chegar ao segundo lugar.

Robert Kubica continua a protagonizar boas, e constantes, prestações que lhe permitem manter o segundo lugar no campeonato de pilotos.

Próximo Grande Prémio a 06 de Julho em Inglaterra.

Mais informações aqui.

Euro 2008 - VII

Após a eliminação de Portugal, com ou sem surpresa, os restantes jogos dos quartos de final deste Europeu trouxeram alguns resultados considerados, por muita da populaça entendida nestes meandros, como inesperados.

Ressalvo, no entanto, que, pelo que vi, estes resultados são justos, por tudo o que as diversas equipas fizeram nos vários jogos destes quartos de final.

Ou seja, mesmo naqueles jogos em que se teve que recorrer às grandes penalidades para apurar um vencedor, o resultado foi justo e nada teve a ver com a chamada “lotaria dos penaltis”.

Croácia 1 – Turquia 3 (Após grandes penalidades)

A mais cotada Croácia bem que tentou, e lá foi conseguindo estar em vantagem durante grande parte do jogo, mas os turcos, considerados teoricamente mais fracos, demonstraram o que é ter garra e que nada está perdido até ao apito final, empatando a jogatana já em período de descontos do prolongamento.

Holanda 1 – Rússia 3

Digamos que este foi, até agora, “o jogo” do Euro 2008, onde, mesmo os mais totós no que toca a futebol, perceberam o que é uma lição na arte de bem jogar.

Os Russos dominaram, sem dúvida, e só mesmo a genial eficiência de Van Nistelrooy, ao empatar o jogo perto do final regulamentar, permitiu, aos Holandeses, acalentar alguma esperança para o prolongamento.

Esqueceram-se dum gajo chamado Arshavin que jogou, marcou, deu a marcar e, se é que não o recebeu, merecia o título de melhor do jogo.

Um jogão e a confirmação do que, para muitos, era, no mínimo, pouco plausível: a Rússia é uma séria candidata ao título.

Espanha 4 – Itália 2 (Após grandes penalidades)

22 de Junho de 2008 fica marcado na história do futebol Espanhol, primeiro, porque a selecção de “nuestros hermanos” não batia, em jogos oficiais, a sua congénere Italiana desde 1920, ou seja, há 88 anos, e, segundo, porque quebraram um jejum de presenças num Europeu de 24 anos.

O jogo não foi, nem de perto nem de longe, nada espectacular. Antes pelo contrário, foi estupidamente maçudo, fruto das cautelas excessivas por parte das duas equipas, bem patente no resultado de zero a zero no final do prolongamento.

Ainda assim, o resultado das grandes penalidades premeia a equipa que mais fez pela vida durante os 120 minutos de jogo.

Dias 25 e 26 jogam-se as duas meias-finais com a Alemanha a defrontar a Turquia (pelos vistos desfalcada duma porrada de jogadores, ao ponto de ter que colocar o terceiro guarda-redes a jogar numa outra qualquer posição) e a Rússia a jogar contra a Espanha.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Euro 2008 - VI

Portugal 2 – Alemanha 3

A euforia tem destas coisas, tal como “o cantar de galo”, e, quando todos os entendidos teimavam na tese de que a Alemanha era o melhor adversário que a super equipa, Portugal, poderia querer nos Quartos de Final, eis que o conjunto orientado pelo gajo que ficou a ver o jogo da tribuna se impõe e manda a selecção lusa com os porcos.

Os senhores jogadores alemães bem avisaram que sabiam como travar o Cristiano Ronaldo, e o tal do Schweinsteiger foi o primeiro a dizer que sabia qual o segredo para fazer o Ricardo passar por figura de urso, coisa que não se afigurava difícil e que ficou bem explícita nos dois golos, marcados pelos germânicos, de bola parada.

Portugal jogou muito bem e acho que vale a pena valorizar as excelentes prestações de Deco e Nani.

Portugal até jogou melhor do que a Alemanha e, parafraseando o sempre ignóbil comentador de serviço, ganhou, por larga margem, nas estatísticas dos remates à baliza adversária, tempo de posse de bola e, sobretudo, nos cantos marcados.

A Alemanha foi extremamente eficaz e esse é um factor primordial, que faz a toda a diferença num jogo de futebol, onde, relembro ao senhor comentador, o que conta são os golos no final dos noventa minutos, acrescidos dos minutos suplementares de desconto, e não a porra das estatísticas nem as comparações com jogos anteriores, leia-se de anos já mais do que passados, entre as duas selecções.

Scolari disse, na entrevista rápida após o jogo, que sai de consciência tranquila e com o sentimento de dever cumprido, agora que vai treinar o Chelsea.

Pelo que fez, durante os anos em que esteve à frente da selecção Nacional, Scolari merecia mais e, no mínimo, sair cá do burgo com um título no bucho.

À populaça eufórica resta-lhe ir receber a equipa ao aeroporto, lavar as bandeirinhas, bandeirolas e bandeironas, lavar as “t-shirts” de manga cava com o nome do Ronaldo estampado nas costas e guardar tudo, juntamente com as cornetas e apitos, até uma próxima oportunidade.

Ponte móvel

Quem terá sido o desgraçado que teve a brilhante ideia de baixar a porra da ponte para só voltar a subi-la quando a merda já estava feita?

Desculpas esfarrapadas

Os (des)governantes cá do burgo são “experts” em medicamentos.

Não interessa se um fármaco é mais, ou menos, eficiente contra determinada maleita mas, como a tendência normal é para que o que é novo seja mais caro, decidiram aumentar os preços dos medicamentos velhos para evitar que os novos entrem no mercado a preços mais elevados que os actuais preços dos velhos.

Nota – Ao reler este post, pareceu-me que há qualquer coisa no texto que não bate certo. Gramática, talvez… Será do calor? Será que, inconscientemente, estou a ir pelos maus caminhos do novo acordo ortográfico?

Como não lavar um carro

Há coisas assim… Será estupidez nata, simples desleixo ou preciosismo a mais que querer que a carripana fique a brilhar?

Agradecimentos

Ao blog Lusitânia Insólita, pelo link feito ao Sempre a Produzir.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A evidência das semelhanças

Amanhã dá-se início, em Guimarães, ao congresso do PSD, um congresso que se pretende de aclamação da nova líder laranja.

Problemas internos aparte, como a escolha de quem vai integrar os órgãos nacionais, fica, para a populaça, a notória semelhança entre Ferreira Leite e o Sr. Sócrates, pelo menos a avaliar pelas declarações da social-democrata depois do amigável encontro que teve com o primeiro-ministro.

Parece que Ferreira Leite concorda com as posições socialistas, e, consequentemente, governamentais no que toca a pontos chaves como estupidamente absurda escalada de preços dos combustíveis, redução de impostos e resolução do impasse europeu, na sequência da nega irlandesa ao Tratado de Lisboa.

É caso para dizer “venha o diabo e escolha”.

Euro 2008 - V

Acabou a fase de grupos do Euro 2008, com algumas surpresas ou, no mínimo, situações menos esperadas.

A França, sempre poderosa e bem cotada, foi com os porcos, sem conseguir, sequer, uma mísera vitória.

A Turquia, mercê da espectacular reviravolta frente à República Checa, ficou em primeiro lugar no grupo A, em igualdade pontual com Portugal.

Curiosamente, ou não, porque já se sabia que era uma equipa relativamente fraca,a Grécia, carrasca de Portugal há uns anos a esta parte, foi a única equipa que foi mais cedo para casa sem conseguir um pontinho para amostra.

Quanto ao próximo adversário de Portugal, a sempre poderosa Alemanha, teve que fazer pela vida para passar à fase seguinte da competição e, segundo dizem os peritos na matéria, não está com a pujança de outros anos, o que, dizem, pode ser benéfico para a selecção Nacional.

Ainda que sempre considerada como sendo uma equipa forte, a grande surpresa tem sido a Holanda, treinada pelo conhecido Marco Van Basten, que tem ganho tudo, com actuações muito convincentes, quer da equipa principal quer, no caso do jogo contra a Roménia, da equipa dos suplentes.

Assim sendo, e resumindo e baralhando, as qualificações nos diversos grupos ficaram assim ordenadas:

GRUPO A
1º - Portugal – 6 pontos
2º - Turquia – 6 pontos
3º - Suíça – 3 pontos
4º - Rep. Checa – 3 pontos

GRUPO B
1º - Croácia – 9 pontos
2º - Alemanha – 6 pontos
3º - Áustria – 1 ponto
4º - Polónia – 1 ponto

GRUPO C
1º - Holanda – 9 pontos
2º - Itália – 4 pontos
3º - Roménia – 2 pontos
4º - França – 1 ponto

GRUPO D
1º - Espanha – 9 pontos
2º - Rússia – 6 pontos
3º - Suécia – 3 pontos
4º - Grécia – 0 pontos

Os próximos jogos, quartos de final, prometem mais emoção.

Dia 19 de Junho – Portugal x Alemanha
Dia 20 de Junho – Croácia x Turquia
Dia 21 de Junho – Holanda x Rússia
Dia 22 de Junho – Espanha x Itália

terça-feira, 17 de junho de 2008

Gavetas políticas

À conta do post anterior, e porque não fazia a mínima ideia de quem era o(a) presidente da Câmara de Setúbal, entrei no site do município e vasculhei um pouco pelo executivo, em funções, composto por nove elementos.

Entre PCP, PEV e um CDU, que, ironicamente, figura como independente, os quatro primeiros elementos do executivo acumulam uma porrada de funções (atribuídas pelo Despacho n.º 114/07/GAP, ao abrigo do n.º 1 do art.º 69.º da Lei 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, sem prejuízo de subsequente delegação e subdelegação de competências, de forma especificada).

Os restantes cinco elementos do executivo, divididos entre PS e PSD, têm direito a fotografia, apresentação do Curriculum Vitae, caso se justifique, e ao lindo dizer “Sem funções atribuídas”, por debaixo do nome.

Será que ainda ganham algum pelo bom desempenho no pelouro sem funções atribuídas?

É que, se assim for, aqui o Vosso estimado interlocutor anda à procura dum part-time que lhe permita aumentar o rendimento familiar ao fim do mês.

Vade Retro

As autoridades setubalenses disseram, desde logo, que os agricultores estavam proibidos de entrar com os tractores pela cidade dentro.

Ainda assim, os agricultores cumpriram com a acção de protesto que tinham agendada e foram, devagarinho, até aos limites da cidade, onde, como mera medida de precaução, já se encontravam uma série de agentes policiais, prontinhos a intervir.

Tendo em conta que o município é controlado pelos comunistas, causa muita surpresa esta atitude de negação às liberdades fundamentais de mobilidade e ao direito à manifestação, que tanto defendem, apregoam e incentivam.

Outros Bloggers no Sempre a Produzir - III


Com os meus agradecimentos, o texto de BRMF, DoContra.

O Johnnyzito convidou-me a escrever qualquer coisa para a sua loja. Sem imposições nem restrições. Cá vai, e, como ele lhe gosta de chamar, é sobre o Burgo.

Nestes últimos dias, Portugal esteve praticamente em Estado de Sítio. A lei não se fez cumprir e o governo cedeu (de cedência em cedência até à cedência final!) consecutivamente a chantagens de algumas classes profissionais: primeiro, os pescadores; depois, os camionistas de mercadorias.

Diz o governo que cedeu bem: que o impacto nas contas públicas será reduzido.

Prezo o interesse pelas contas públicas. Mas prezava mais se velassem pelo cumprimento das leis da Republica. Um Estado que não se dá ao respeito acaba sempre por ser desrespeitado.

Agora, as apostas são em quais serão as próximas classes profissionais a reivindicar apoios. Serão os agricultores?

Já li algures que serão os arrumadores. Com o aumento dos preços dos combustíveis, o trânsito tem diminuído e estes estão a ser afectados. E porque não? Podem sempre afirmar que não podem existir portugueses de primeira e de segunda. E, no fundo, no fundo, com razão.

Se não são uma classe profissional e não têm direitos enquanto tal, os pescadores também não tinham o direito a ”miliciar” os automobilistas que passavam pelos seus piquetes de greve. E os camionistas também não tinham direito a cometer os crimes que levaram a cabo, nos quais resultou, inclusive, um morto. Estou com os arrumadores, eu que já ando de metro…

Valha-nos a bola!

BRMF

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Os novos protectores do burgo

O governo do Sr. Sócrates, através do Ministério das Finanças, decidiu congelar a renovação da frota das Forças Armadas cá do burgo.

De acordo com as notícias, a renovação previa a compra de 109 novas viaturas e um investimento de dois milhões e meio de euros.

Euros a mais, por conseguinte, e os carolas das finanças nacionais decidiram, em consonância com os homólogos da defesa, investir noutros protectores para a estimada nação.

Assim sendo, ficou aprovada a compra de dois Mercedes, cujo valor ronda os 140 mil euros, para o Ministro da Defesa e respectivo Secretário de Estado.

Bem sei que ninguém se interessa por este cantinho falido, mas os terrenos ainda devem valer uns cobres e, em caso de invasão por parte de alguma potencia estrangeira, ficamos a saber que podemos contra com dois super elementos que têm ao seu dispor a melhor tecnologia automóvel para fazer face ao inimigo.

Ainda há muito dinheiro...

Para provar o título do post, a NetJets Europe emitiu um comunicado onde afirma que espera operar mais de 180 voos durante o Euro 2008.

Ou seja, felizardos que estão a voar, directamente, das suas casas, ou dos seus escritórios, para os estádios, ou, melhor dizendo, de e para os aeroportos mais próximos, onde terão, com certeza, uma limusina à espera.

São os felizardos que podem gastar uns milhares de euros para ir de manhã, ver a selecção a fazer figuras tristes contra a Suiça e regressar a tempo de cear.

E o número de clientes da NetJets tem vindo a aumentar…

domingo, 15 de junho de 2008

Euro 2008 - IV

Suiça 2 – Portugal 0

Pois é, há quem afirme que a selecção são os vinte e não sei quantos jogadores convocados, mas a verdade é que Portugal não tem duas equipas, tendo ficado muito claro que a equipa Nacional se apoia em meia dúzia de pedras fundamentais e que nem mesmo os, normalmente, não titulares de renome e bom jogo se aguentam sem o apoio dos pilares, ainda que face a uma equipa teoricamente mais modesta.

Não acredito que o senhor Scolari tenha lido o que tenho escrito no Sempre a Produzir, mas, na eventualidade de que tal tenha

acontecido, deve ter havido um tremendo mal entendido, muito provavelmente devido ao acordo ortográfico.

Quando, no post anterior relativo ao Euro 2008, me referi a experimentar outras soluções, não quis, de todo, dizer que apresentasse uma equipa de terceira categoria nem, tão-pouco, que pusesse a jogar aquela nulidade que dá pelo nome de Miguel Veloso, que não fez mais do que passear o seu duvidoso penteado pelo campo fora.

Confesso que, apesar das quatro, ou cinco, oportunidades de golo que desperdiçou na primeira parte, ao ver Portugal jogar e ao ouvir as, já habituais, baboseiras do comentador, durante essa mesma primeira parte, celebrei efusivamente o primeiro golo da Suiça, de tal modo que a minha querida mulher pediu-me que baixasse o tom não fosse algum vizinho mais zeloso e patriota vir bater à porta a pedir explicações.

Como já vem sendo hábito, Portugal descansou sobre os louros previamente obtidos e, em vez de sair em grande desta primeira fase do campeonato, saiu pela porta dos fundos, dignamente humilhado pela equipa anfitriã.

Quanto à prestação dos habituais fanáticos no pós-jogo, caso não se saiba, tirei estes últimos dias de férias, e nada melhor do que o profundo silêncio resultante da falta de alarido e buzinadelas vindas da populaça, que, habitualmente, deita os foguetes antes da festa ter acabado, para dormir sossegado e preparar o trabalho que amanhã recomeça.

De certeza que, hoje, a equipa nacional terá a mesma oportunidade.

Agradecimentos

Ao blog Unipiadas, pelo link feito ao Sempre a Produzir.

Outros Bloggers no Sempre a Produzir - II


Com os meus agradecimentos, O país emancipado, por João Carlos Silva, A Causa Das Coisas.

Deve ser um dos maiores lugares-comuns de sempre dizer que o futebol é o entretenimento dos burros, dos analfabetos, e que, como se costuma dizer, «não dá para perceber o interesse de ver vinte e dois tipos a correr atrás de uma bola durante uma hora e meia».

Pois eu, como humilde célula constituinte desta nação de burros e analfabetos, considero-me um devoto do futebol, esse «desporto sem interesse». Gosto de golos, fintas, craques, mascotes, tácticas perfeitas, jogadores conflituosos, santos, pecadores, guarda-redes elásticos e anões que, ao correr, fazem lembrar o Pepe Rápido.

Gosto de tudo isto e até do público português que enche as bancadas. Mas não gosto, desde o malogrado ano de 2004, dos adeptos portugueses.

Não gosto, dizia eu, de adeptos portugueses de futebol desde 2004, desde que Scolari «criou», a partir da sua cadeira do poder, uma nova raça de gente desmiolada que é capaz de atropelar cães e gatos para chegar depressa ao Parque das Nações, onde poderá ter uma oportunidade única na vida de – tal qual o eclipse do Sol, o cometa Haley, um beijinho do Papa ou um bom filme português – ver o jogo da selecção, em directo, juntamente com centenas de pessoas a cheirar a suor estival, a cerveja e a solas de sandália com mijo pisado, ao som de uma banda sonora que, de forma tão portuguesa, passa samba e música de discoteca às cinco da tarde de um dia solarengo.

Adeptos que não concebem outra coisa que não a vitória e que, ainda há poucos anos, apenas conheciam o Figo de vê-lo na Caras, abraçado ao Paulo China num obscuro bar do Algarve, ou, vá lá, o Secretário, por este ter andado a espancar prostitutas e a saltar janelas nos estágios da equipa nacional.

Ah, velhos tempos. Ainda me lembro de 1998, quando eu saía da escola, sem pêlos na cara ou quase em lado nenhum, a correr para ir ver o Croácia-Alemanha ou o Espanha-Nigéria e alguém me perguntava onde é que ficava a Croácia e a Nigéria, logo rindo de seguida (como se o PIB de um país fosse directamente proporcional à qualidade futebolística dos seus jogadores).

Lembro-me de gostar de futebol de selecções quando todos só se interessavam pelos jogos entre os «três grandes» portugueses. Tenho saudades de Mundiais desses, como o de 1998, em que só interessava o futebol, não o fervor nacional de cada um medido à régua (até porque Portugal nem foi apurado), e assim era, graças a Deus, cada um por si.

Ando, por isso, um pouco enjoado da loucura em redor da Selecção Nacional, com direito a novos censores do patriotismo de cada um de nós.

Petróleo a subir até aos píncaros? Crise.
Greves de professores? Sinal do estado das coisas.
Estradas bloqueadas, camiões parados, maternidades encerradas? Este país vai de mal a pior.

Mas quando entra a selecção em campo, para o melhor ou para o pior, o português esquece tudo, chama a Cristiano Ronaldo «o orgulho de todos nós», a Scolari «o representante máximo da nação» (juro que ouvi um jornalista português dizer isto) e obriga o vizinho a pintar a cara de verde e vermelho, sob risco de ser excomungado para sempre do bairro caso não o faça.

Este é daqueles Europeus que tenho visto com atenção, com entusiasmo e até com uma vontade secreta de ver Portugal chegar longe.

Mas ver jogos nos parques integrado na «comunidade», para isso deixem-me de fora. Deixo aos outros essa difícil tarefa de, pela simples vontade, levar um país falhado a emancipar-se por 90 minutos.

João Carlos Silva

quinta-feira, 12 de junho de 2008

De volta à (a)normalidade

Ainda que se continuem a ver alguns renitentes, a paralisação dos camionistas, que durou cerca de três dias e começou a provocar o caos em alguns sectores da sociedade, acabou.

Tal como a muita populaça, e não fosse o diabo tecê-las, custou-me ter que gastar uma pipa de massa a atestar o depósito da carripana, o que provocou um verdadeiro rombo no orçamento mensal, e entrar no supermercado e ver as prateleiras quase vazias, mas, ainda assim, acho que a coisa ainda deveria ter durado mais uns dias, de modo a que esta bosta de governo se apercebesse, realmente, do descontentamento global que se faz sentir, fruto da merda de governação de que somos vítimas.

O governo do Sr. Sócrates cedeu, ainda que pouco e puxando, em algumas coisas, a brasa à sua sardinha.

O governo do Sr. Sócrates devia ter sido obrigado a ceder mais, não só face aos camionistas mas face a muitos outros sectores e à populaça, em geral, que continua a ver o nível de vida a baixar a cada dia que passa.

Com o fim da paralisação, os combustíveis vão reaparecendo nos postos de abastecimento, mas a Galp já aumentou, uma vez mais, os preços.

Com o fim da paralisação, as prateleiras dos supermercados começam a ficar, novamente, cheias, mas o, cada vez mais baixo, poder de compra da classe média cá do burgo obriga muitas famílias a cortarem nos bens essenciais da alimentação diária para poderem pagar a prestação da casa.

A paralisação dos camionistas foi uma amostra do que seria necessário fazer para obrigar este governo a engolir a merda que tem feito.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Euro 2008 - III

República Checa 1 – Portugal 3

Finalmente, vejo Portugal a jogar bem, com mais garra, mais entrosamento e menos individualismo, ou seja, mais equipa.

Deco foi, mais uma vez e sem sombra de dúvida, o melhor jogador em campo, ainda que a UEFA tenha atribuído este título a Cristiano Ronaldo.

Os entendidos na matéria continuam a achar que Nuno Gomes jogou muito bem… Eu continuo a achar que o rapaz não faz falta nenhuma e que outros existem capazes de fazer mais do que “cheirar” o golo.

O próximo jogo, contra uma equipa, teoricamente, bem mais fraca, poderia servir de ensaio para outras soluções além do capitão Português.

Quanto aos comentadores, continuo a achar que são estão demasiadamente confiantes, como se tudo fossem facilidades e a equipa Nacional estivesse a anos-luz das demais. Desta vez, houve um Humberto Coelho para pôr um certo travão em algumas das baboseiras do comentador de serviço.

E continuo sem entender tanto empolgamento da populaça, que passa por aqui à porta a festejar como se já fossemos campeões, sem se preocupar com a falta de combustíveis que assola o burgo.

Adeus República Checa. Venham de lá os anfitriões!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Outros Bloggers no Sempre a Produzir - I


Com os meus agradecimentos, Sempre a sondar por JCS, Lóbi.

Agradecendo o convite para produzir um bocado no Sempre a Produzir, lanço-me imediatamente numa análise da sondagem que decorria aqui, na coluna da esquerda, e que teve resultados absolutamente surpreendentes.


Não sem antes fazer uma referência à quantidade de partidos que o leque democrático português tem para oferecer. O Sempre a Produzir tinha doze partidos na sondagem! Doze partidos!

Com doze partidos, um país à séria fazia um brilharete. Mas nós, claro que não. Temos doze partidos mas só usamos dois. É como as praias. Também temos muitas mas vai tudo para as mesmas.

Adiante. Com trinta votos, o CDS/PP venceu a primeira volta das legislativas, aqui no Sempre a Produzir. Quem sabe se Paulo Portas não consegue repetir a façanha nas Legislativas de 2009 e formar Governo…

Bem, até pode ganhar as Legislativas, mas duvido que consiga formar Governo. Pelo menos um Governo que conseguisse reunir em paz, sem cadeiras a voar, como ocorre amiúde em conselhos nacionais.

O Hélder Amaral, ministro das Finanças, não se vai aguentar quando o Nuno Melo, ministro da Reforma Agrária, pedir dinheiro para plantar tremoços na CRIL. Atira-lhe logo com qualquer coisa à cabeça que, embora amparada pela farta cabeleira, deixa um lanho que se verá depois na televisão.

Quanto à oposição, em segundo lugar ficaram duas forças políticas com muitas semelhanças: Partido Socialista e Bloco de Esquerda. Vinte e dois votos para cada um. Bom para o PS, que está a passar um mau bocado, e muito bom para o Bloco de Esquerda, que arrumou com os comunistas, presenteados com… quatro votos! Até a Nova Democracia teve cinco votos, camaradas, até a Nova Democracia… E dos cinco, cinco são do próprio Manuel Monteiro, que votou, porém, seis vezes, mas na última vez enganou-se e botou a cruz no PCTP, que acabou por ficar com dois votos: o tal de Monteiro e outro de alguém que ainda não sabemos quem é, mas já há um retrato-robot.

Sobre o PSD, importa dizer que o partido de Ferreira Leite arrecadou vinte votos, tantos como o PNR. E isto é uma verdadeira surpresa! Ninguém diria que o PSD conseguia ter tantos votos como o PNR…

Noutro quadrante, os monárquicos conseguiram dois votos, mas ainda não pagaram os conhaques que prometeram aos dois únicos fadistas com ligação à Internet que conseguiram acordar pela primeira vez em trinta anos antes das 19 horas, só para poder votar antes do fim da sondagem. Estes editaram porém um fado, sobre o calote, que já vendeu cinquenta discos no mundo inteiro, embora as vendas tenham sido todas feitas a turistas em Lisboa e com recurso a arma de fogo.

Em qualquer caso, esta foi uma primeira volta com bastante interesse e os líderes políticos têm obrigação de saber interpretar os resultados. Julgo por isso que os partidos que não obtiveram mais de dois votos deviam abandonar a política e abrir, por exemplo, uma lavandaria em franchising. Talvez assim nos livrássemos do partido ecologista “Os Verdes”.

Renovo os meus agradecimentos ao Sempre a Produzir e ao seu Autor, pelo simpático convite.

Sempre a produzir,

JCS

Fórmula Um 2008 - VII

GRANDE PRÉMIO DO CANADÁ

08 de Junho de 2008


FORMULA 1 GRAND PRIX DU CANADA 2008

Circuito de Montreal - 4 quilómetros e 361 metros
Recorde de Melhor Volta - R Barrichello, em 2004, com o tempo de 1:13.622

Resultados

1º - Robert Kubica
2º - Nick Heidfeld
3º - David Coulthard

Melhor Volta - Kimi Räikkönen com o tempo de 1:17.387

Campeonato Pilotos

1º - Robert Kubica - 42 pontos
2º - Lewis Hamilton
Felipe Massa - 38 pontos
3º - Kimi Räikkönen - 35 pontos

Campeonato Construtores

1º - Ferrari- 73 pontos
2º - BMW - 70 pontos
3º - McLaren - 53 pontos

Próximo Grande Prémio a 22 de Junho na França.

Mais informações aqui.

sábado, 7 de junho de 2008

Euro 2008 - II

Portugal 2 – Turquia 0

No seu jogo inaugural, a equipa Nacional cumpriu a missão, sem, no entanto, deslumbrar.

Na minha modesta opinião, Deco voltou a provar que é peça fundamental na forma de jogar de Portugal, assumindo, como sempre, a posição de distribuidor de jogo.

Por outro lado, continuo sem entender a persistência em apostar em Nuno Gomes que, apesar das duas bolas que enviou à barra, não faz mais do que “estar à mama” e esperar que o esférico lhe caia à frente dos pés para tentar fazer o golo.

Acho que, com a entrada do Nani, e consequente saída de Nuno Gomes, e a alteração do esquema de jogo, a equipa ganhou outras capacidades de ataque.

Pepe, um defesa de raiz, mereceu marcar primeiro golo de Portugal e, a avaliar pelo seu posicionamento em campo, talvez devesse era jogar ao ataque.

A jogada do segundo golo valeu, praticamente, pelo jogo todo, com a excelente arrancada do Ronaldo, a espectacular finta, e visão de jogo, do João Moutinho e a finalização do Raul Meireles.

Nota negativa para o comentador principal da TVI que, especialmente na primeira parte, não fez mais do que dizer que Portugal estava a ganhar aos pontos, quando a equipa nacional ainda não tinha marcado nenhum golo.

Devo dizer que a coisa estava de tal forma a enervar-me que, a dada altura, já ansiava pelo golo da Turquia só para obrigar este senhor a parar de dizer tantas baboseiras.

Talvez seja bom relembrar o senhor comentador que são os golos que ditam o desfecho dum jogo e não as estatísticas de posse de bola, de cantos, de quilómetros percorridos pelos diversos jogadores ou de bolas enviadas à trave.

Neste jogo, a sorte esteve do lado do comentador…

E atenção ao fulgor da populaça… Depois do jogo, saiu tudo à rua, aos gritos e buzinadelas, como se Portugal já estivesse na final, quando a equipa das quinas não fez mais do que limitar-se a jogar contra uma equipa bem mais fraca, e, muitas vezes, as mais altas expectativas podem, muito bem, sair goradas.

Parabéns à equipa e venha de lá a República Checa.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Cartas na Farinha Amparo

Já há muito tempo que não apanho nada parecido a uma bebedeira, o que nem convém tendo em conta os malefícios para a saúde e para a carteira, especialmente se for apanhado numa qualquer operação policial.

Mas, admito, vou pensar em seguir o conselho da Marya Green, Maria Verde em bom português cá do burgo, sempre que for a algum jantar onde beba qualquer coisa que possa acusar um mínimo de álcool no sangue.

A nossa pequena cria já demonstrou interesse, e alguma aptidão, para a condução, ao saltar para o lugar do condutor, manusear o volante e tentar meter umas mudanças e, por isso mesmo, bem pode começar a fazer como a cria da tal Marya que, por estar com uma grossura que não se endireitava e, além disso, com a carta suspensa, decidiu passar o volante ao bebé com ano de idade.

Como esclareceu o porta-voz da polícia, sejamos honestos… Uma criança não de um ano não tem capacidade para conduzir mas, segundo o mesmo porta-voz, o carro estava a andar e era a criança que ia a segurar no volante.

Em todo o caso, vou começar à procura dos brindes nas papas da Joana, pelo menos até que ela tenha idade para tirar a carta. Pode ser que passe…

Pseudo usucapião

Está um gajo, pacatamente, em casa e começa a detectar que a comida lhe desaparece do frigorífico.

A obra não podia vir nem de ratazanas do tamanho daquelas que, dizem, vivem por debaixo do Mosteiro de Mafra e o senhor decidiu instalar câmaras de vídeo-vigilância para perceber o que se passava.

Afinal, era uma mulher que, por não ter sítio para viver ou, talvez, por ter uma paixoneta assolapada, vivia há cerca de um ano dentro dum dos armários da casa, sem que o legítimo dono, diz ele, tivesse conhecimento.

Sempre a Produzir


O Sempre a Produzir faz hoje dois anos, e, nesta ocasião, não posso deixar de agradecer a todos quantos contribuíram, com a leitura de algumas das 1.235 mensagens publicadas, para os resultados apurados de um total de 15.200 visitas (nada de extraordinário mas mais poucos e bons) e um crescimento de 19,65% face ao primeiro ano.

Os meus agradecimentos, também, a todos quantos, consciente ou inconscientemente, me proporcionam algum material para as publicações quase diárias neste espaço (e, assim, já me livro das bocas que me endereçaram no ano passado…).


Dois já lá vão. Venha o terceiro e PARABÉNS a mim mesmo!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Falsa partida

A Autoridade para as Condições do Trabalho mandou parar as obras do Autódromo Internacional do Algarve, devido a riscos de quedas em altura, esmagamentos e perfurações, além de manobras de alguns transportes dentro do estaleiro.

O mais certo é que, com o entusiasmo, já houvesse que andasse a fazer umas derrapagens e meia dúzia de peões.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Sucesso garantido

Um, perdão… Vários destes artefactos nos debates quinzenais na Assembleia da República vinham mesmo a calhar.

Adeus Europa

O Futebol Clube do Porto foi excluído, por um ano, da Liga dos Campeões, por decisão do Comité de Controlo e Disciplina da UEFA.

Conclui-se, nesse caso, que saiu a sorte grande ao Vitória de Guimarães que, relembre-se, esteve, na época 2006/2007, segunda divisão.

O candidato Democrata

Ainda que a senhora Clinton diga que ainda não desistiu da corrida, Barack Obama já garantiu o número de delegados necessários para concorrer à Casa Branca, tornando-se no primeiro candidato negro a ter tais possibilidades.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Tabela Periódica dos Elementos Químicos

ENXOFRE

Elemento não metálico amarelo pertencente ao Grupo VI da Tab. Periódica com Z = 16.

Configuração electrónica: [Ne] 3s2 3p4
MA = 32,06
D = 2,07 g.cm-3, (forma rômbica)
PF = 112,8°C (forma rômbica)
PE = 444,674°C (forma rômbica)


O enxofre aparece na natureza em muitos minerais à base de sulfetos e sulfatos.

No seu estado nativo é encontrado na Sicília (Itália) e nos Estados Unidos da América, e é um elemento essencial para os organismos vivos, conhecido desde a Antiguidade Clássica pela sua cor, facilidade de combustão e odor.

Em 1772 Lavoisier provou que o enxofre é uma substância elementar.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Outros bloggers no Sempre a Produzir

Numa cadência talvez quinzenal, mas que pode variar conforme a minha carola e a disponibilidade de outros congéneres, decidi abrir uma nova rubrica no Sempre a Produzir que passa por endereçar um convite a outros bloggers para, ocasionalmente, publicarem a sua opinião neste espaço.

O primeiro convite vai, ainda hoje, ser enviado e espero resposta em breve.

A ver vamos se a iniciativa tem algum sucesso.

domingo, 1 de junho de 2008

Euro 2008 - I

Já toda a gente sabe que futebol é daqueles entreténs raros no meu quotidiano, mas lá arranjei noventa minutos da minha tarde de Sábado para ver a selecção Nacional cumprir com o seu dever e enfiar dois míseros secos à fraca congénere da Georgia.

Ainda que não pretenda, nem sequer tenha aspirações a tal, ser um daqueles treinadores de bancada tão férteis cá no burgo, exerço, neste espaço, o meu direito a analisar alguns detalhes do amigável evento e o desmpenho dos jogadores da nossa selecção.

Portugal alinhou, de inicio, com aquele que se supõe ser o onze base de Scolari para o campeonato que se avizinha, e que, salvo uma ou outra excepção, até que não jogou mal, se bem que, se vão jogar assim contra equipas mais fortes do que este fraco opositor, é bom que se preparem para uns quantos calafrios ou, até mesmo, para substituir os sorrisos por lágrimas e expressões carrancudas e tristes.

Ainda que sem deslumbrar, a equipa nacional jogou bem na primeira parte e foi-se abaixo na segunda metade, fruto dum fraco entrosamento entre os jogadores, demasiado individualismo e a falta, claríssima, até mesmo para os leigos, dum distribuidor de jogo como o luso-brasileiro Deco.

Ricardo pouco se mexeu e até parecia que estava com arrepios de frio, os mesmos que muita da populaça nacional deve ter sentido quando teve que aparar um dos poucos remates feitos pela equipa adversária.

Ricardo Carvalho mostrou-se, como sempre, muito seguro em todas as vezes que interveio.

Petit jogou bem e mostrou que continua a merecer a confiança de Scolari e um lugar na selecção.

João Moutinho é baixote e, talvez por isso, viu-se pouco no jogo. Valeu-lhe o golo (bonito, sem ser espectacular) e mais uma ou outra intervenção.

Pepe mostrou-se muito activo e jogou, pode-se dizer, bem.

Bosingwa, que deve significar Silva, Nunes, Gonçalves ou outro apelido comum cá do burgo, jogou muito bem, com frieza e umas excelentes arrancadas que deixaram os opositores a léguas de distância.

Cristiano Ronaldo, o melhor do mundo, ou em vias de o ser, apareceu pouco no jogo e pouco producente, como já começa a ser costume quando se trata de jogos da selecção. Ainda assim, vê-se que, quando toca na bola, há aquela magia que pode desequilibrar os pratos da balança a qualquer momento.

Deco foi, na minha opinião, o melhor em campo. Jogou muito bem e mostrou, mais uma vez, ser um excelente distribuidor de jogo.

Paulo Ferreira cumpriu a sua missão e foi o único que jogou os 90 minutos

Simão jogou bastante bem e marcou o segundo golo de Portugal, de grande penalidade bem executada com a tal da paradinha em que é, pelos vistos, mestre.

Nuno Gomes… Só percebi que estava a jogar, ou melhor, dentro do campo, quando foi substituído na segunda parte do encontro.

Quim, que passou a ser o capitão da equipa com a saída do Gomes, mostrou confiança sempre que interveio e impediu o golo da Georgia com uma excelente defesa.

Raul Meireles jogou bem e pouco mais.

Miguel integrou-se muito bem no jogo e teve uma excelente prestação.

Nani mostrou uma excelente capacidade, visão de jogo e teve uma óptima prestação.

Hugo Almeida jogou ao seu nível e cumpriu com a sua missão.

Quaresma apareceu muito bem no jogo, talvez até melhor do que Cristiano Ronaldo, com muita garra e um excelente remate, que quase fazia voar a baliza adversária com o impacto produzido ao embater na trave.

Fernando Meira foi outro que cumpriu com a sua missão.

Helder Postiga mostrou que é bem melhor do que Nuno Gomes, ao aparecer, frequentemente e bem posicionado, nas jogadas de ataque.

Bruno Alves jogou muito bem.

Miguel Veloso foi outro que pouco apareceu no jogo e que só se percebia que estava dentro das quatro linhas quando se via aquele corte de cabelo, e respectivo penteado mal parido, a passar em frente à câmara.

Eleições no Partido Social Democrata

Manuela Ferreira Leite venceu as eleições no PSD.

No seio do partido, muitas mudanças podem vir a acontecer, tendo já começado com a demissão de Santana Lopes da liderança da bancada parlamentar laranja.

Para o burgo, a ver vamos se a Dama de Ferro portuga arranja argumentos para derrotar o Sr. Sócrates nas eleições de 2009 mas, caso tal aconteça, não esperemos, os cidadãos nacionais, grandes mudanças, já que, a avaliar pelo discurso da senhora, a crise e as dificuldades acrescidas da maioria das famílias portuguesas são para continuar.

Instituto Espanhol

- Em Português cá do burgo

O Instituto Espanhol de Lisboa, Instituto Español Giner de los Ríos, celebra setenta e cinco anos de existência cá no burgo, o que quer dizer, antes de mais, que a nação vizinha sempre demonstrou, há mais tempo do que se poderia imaginar, a sua aptidão para entrar, de mansinho, no nosso país.

Muitos dos antigos alunos, entre os quais me incluo, celebraram, na passada sexta-feira, a feliz ocasião, com uma divertida festarola que serviu para o reencontro de muitos e, acima de tudo, para relembrar os tempos idos.

- En Castellano

El Instituto Español de Lisboa, Instituto Español Giner de los Ríos, celebra sus setenta y cinco años de existencia en Portugal, lo que significa que la nación vecina siempre demostró, hace más tiempo de lo que podríamos imaginar, su aptitud para entrar, sin que la mayoría se fuera apercibiendo, en nuestro país.

Muchos de los antiguos alumnos, entre los cuales me incluyo, celebraron, el pasado viernes, la feliz ocasión con una divertida fiesta que sirvió para reencontrar a viejos amigos y, ante todo, recordar tiempos pasados.