quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Atordoar a bicharada

Com tanto animalejo que por aí anda, à solta, cá o burgo é o único país europeu onde só certo pessoal ligado às artes veterinárias está autorizado a usar dardos tranquilizantes para acalmar os ímpetos dos bichos.

Além do facto dos circos não estarem autorizados a usar sedativos, o que pode ser trágico no caso duma qualquer emergência, o caso dos tigres que escapuliram da carripana do Circo Chen mostrou, ainda, uma outra deficiência grave.

Uma entidade “responsável” por certos aspectos da natureza, o Instituto da Conservação da Natureza tem a arma mas não tem dardos adormecedores…

Ou seja, a comédia teve que ser prolongada, durante umas horas, até à chegada dos senhores do Jardim Zoológico de Lisboa, entidade que, gentilmente, cedeu as setinhas tranquilizantes.

Mais valia mandar lá a polícia com aquelas pistolas atordoadoras…

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Logo de manhã…

1. A desagradável surpresa ao ver a polícia, e a dona do outro carro acidentado, a olharem, apreensivos, para o painel traseiro direito e para o pára-choques do nosso carro.

2. A vontade de enfiar os bocados da óptica do carro causador do acidente, que ficaram espalhados no chão, pelo cu adentro desse filho da puta desse condutor sem escrúpulos!

Durante a noite…

… algum cabresto bêbedo, ou com falta de jeito para a condução, decidiu embicar a própria viatura contra um carro que estava estacionado, ao lado da nossa bela carripana, levando-o a ser projectado contra a nossa carrinha.

Hadji Mohamed Suharto


Menos um nefasto a poluir o planeta e mais um que bem que pode arder, lentamente, no quinto dos infernos.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Urgências

A notícia ontem divulgada pela SIC, ou melhor, a conversa absurda divulgada ontem pela SIC entre, primeiro, os familiares duma vitima de um acidente caseiro e o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes), e, depois, entre o mesmo CODU e as corporações de bombeiros de Favaios e Alijó, é, no mínimo, perturbante e esclarecedora da realidade cá do burgo.

Digo eu que, ao ouvir os ficheiros que constam neste post, a populaça pode mesmo pensar que está na presença de alguma cena de gozo, por parte dos familiares da vítima, e na presença de comediantes, no que toca às respostas dadas, em especial, pelo bombeiro da corporação de Favaios.

Em relação aos familiares da vítima, a triste realidade é que a falta de instrução duma grande parte da populaça leva a que os operadores do 112 se vejam “às aranhas” para perceber as explicações de quem está do outro lado da linha, de modo a poder prestar um primeiro auxílio e encaminhar o socorro urgente com a máxima eficiência possível.


A conversa entre o irmão da vítima e o CODU

Já em relação ao bombeiral, a situação é totalmente diferente.

Apesar de serem, na sua grande maioria, bombeiros voluntários, facto que é de louvar e sobre o qual deixo uma palavra pessoal de gratidão e apreço, não podemos esquecer que são pessoas que têm formação e treino específicos para atender a um leque grande de solicitações por parte da populaça necessitada, nomeadamente em questões de emergências médicas.

Independentemente do facto de se a vítima já se encontrava, ou não, cadáver, na altura do telefonema dos familiares, a capacidade de resposta do bombeiro de Favaios, que atendeu os contactos do CODU, é totalmente inadequada e inadmissível.

Os responsáveis das corporações de Favaios e Alijó, para onde a chamada acabou por ser encaminhada, falam de um mal entendido e defendem que os 10 minutos de converseta estúpida entre o CODU e as corporações não puseram em causa o socorro à vítima, que, aliás, até já estava morta, segundo os familiares.


A conversa entre o CODU e as corporações de Favaios e Alijó

Ora, mal entendido só ser for na cabeça desses senhores, porque o que, realmente, não se entende é o facto do bombeiro dizer, por duas vezes, que não estava a perceber bem porque estava a atender o telemóvel (ao mesmo tempo que atende uma chamada de emergência), perguntar, por duas ou três vezes, aos outros intervenientes sobre o que é que tem que fazer (se sai ou não com a ambulância) e, para cumulo, vir à tona a triste novidade de que só há uma pessoa, durante a noite, no quartel, este último um facto comum às duas corporações, a de Favaios e a de Alijó.

Como é que raio um quartel de bombeiros só tem uma pessoa de prevenção durante a noite?

Não me parece que seja um caso de falta de meios, já que existe, pelo menos, uma ambulância e existem recursos humanos, ainda que só fique um desgraçado de sobreaviso.

Parece-me mais, isso sim, um caso de falta de preparação dos meios humanos, desleixo e irresponsabilidade face à vida e à saúde da populaça.

50 anos dos Strumpfs

2008 assinala os cinquenta anos dos conhecidos Strumpfs, aquelas pequenas criaturas azuis, semelhantes a duendes, que vivem em casinhas em forma de cogumelo, algures numa aldeia escondida no meio duma floresta, e que têm deliciado gerações ao longo de meio século.

Criados pela mão do desenhista Pierre Culliford, mais conhecido por Peyo, os Strumpfs rapidamente conseguiram o estatuto de estrelas no meio dos desenhos animados e dos livros de banda desenhada e, mesmo após a morte do seu criador, em 1992, vítima de ataque de coração, continuam a ser uma referência nos nossos dias que irá, com certeza, perdurar por gerações vindouras.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Inflação vs. bem essencial

A inflação, os ordenados ou o pénis que fecunde esta bosta toda, sofrem um aumento miserável, como todos já sabemos, de pouco mais de 2%.

Um bem essencial para a saúde, desenvolvimento e bem-estar da populaça, como é o caso do leite, vai sofrer um aumento de 15,6% já para o mês que vem.

Nem uma porra duma varanda tenho cá em casa, caso contrário, e dada a quantidade de leite que a família consome, investia numa vaca leiteira.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Alerta pachola

Definitivamente, não estamos, e espero nunca virmos a estar, habituados a estas coisas do terrorismo.

Depois do alerta e das informações vindas dos serviços secretos, ou coisa que o valha, dos nossos vizinhos espanhóis, a altas patentes que regulam a segurança cá do burgo reuniram, de “emergência”, o gabinete de crise, ou algo com uma nomenclatura parecida, dois dias depois.

Pois…

Hoje, o alerta sobre um pacote suspeito na Linha Verde do Metro da capital foi dado por volta das 10 e 30 da manhã e, pelo que me apercebi no jornal das 13 da SIC, à uma e pouco da tarde os especialistas em rebentamentos controlados ainda não tinham chegado ao local ou, então, estavam muito bem camuflados.

Às 14 e 19 surgiu, na Lusa, a notícia de que o Centro de Inactivação de Explosivos e Segurança em Subsolo da Polícia de Segurança Pública já tinha efectuado a explosão controlada do volume suspeito.

Cerca de quatro horas depois do alerta?

Pois…

Reforma

De acordo com um estudo, hoje revelado, a populaça mais velhota cá do burgo usufrui, depois duma vida de trabalho, de pensões que se enquadram entre as mais baixas da Europa, a seguir à Hungria e à República Checa.

Logicamente, não se pode fazer deste estudo um exemplo para toda a populaça, mas a realidade é que ouvimos, frequentemente, os idosos alemães, belgas ou ingleses a falarem duma certa qualidade de vida que inclui ginásios, almoçaradas com os amigos, uma carripana um pouco melhor do que tinham até então, capacidade financeira para, eventualmente, apoiar os descendentes e viagens, entre outros aspectos.

Ao contrário destes bons exemplos europeus e da China, onde, por incrível que pareça, a maioria da populaça passa a ter uma vida melhor, a maioria da populaça nacional tem um certo receio de chegar à idade da reforma, uma vez que esta é, muitas vezes, associada, e com razão, a um decréscimo dos rendimentos que implica um nível de vida mais baixo ou dificuldades financeiras que são, por sua vez, associadas a aspectos como velhice, abandono, doença e morte.

Com a populaça cá do burgo a ficar cada vez mais envelhecida, o nosso país tem, assim, os reformados mais pessimistas da Europa e uma população activa que vai pelo mesmo caminho, já que considera que as pensões futuras serão insuficientes para fazer face às suas necessidades do dia a dia.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Poder de compra

Que, cá no burgo, o poder de compra tem vindo a cair, de tal modo que até a classe média está a sentir, na pele, os efeitos nefastos dessa queda, é um dado adquirido e ao qual ninguém pode fugir.

A este propósito, recebi um EMail que relata o ataque de Francisco Anacleto Louça, do Bloco de Esquerda, ao governo socialista sobre algumas das consequências da quebra do poder de compra e a respectiva resposta do Sr. Sócrates, o estimado primeiro-ministro que persiste em respostas ridículas enquanto persegue o seu firme propósito de levar este país a confins mais merdosos do que os existentes actualmente.

A ser verdade o que transcrevo abaixo, a resposta do Sr. Sócrates mostra bem o baixo nível, a prepotência e as verdadeiras intenções deste executivo.

O argumento de Louçã é que “temos a situação tão degradada, com os valores éticos, sociais e morais a serem postos, quotidianamente, em causa por este governo, que até universitárias estão a começar a prostituir-se."

A resposta de Sócrates foi que “em primeiro lugar, este Governo não recebe lições de ética, nem quaisquer outras, de ninguém;
Em segundo lugar e como é apanágio de V. Ex.ª, que já nos habituou à distorção sistemática da realidade, o que acontece é exactamente o oposto: a situação é tão boa que até as prostitutas já são universitárias.
"

Alerta

Ultimamente, tem-se vindo a assistir a um utilização quase desmedida dos diversos níveis de alerta, em utilização cá no burgo, para deixar a populaça mais ou menos consciente e preocupada com a possibilidade de determinados fenómenos, nomeadamente os naturais, virem a destabilizar o pacato quotidiano de algumas regiões do nosso pequeno país.

A coisa tem sido de tal ordem que até o nevoeiro já tem direito a deixar algumas regiões em alerta amarelo.

Somos pequenos na nossa geografia, na nossa economia e, até, no número global de habitantes cá do burgo.

Haverá por aí algum Al-Qaedense que se lembre deste pequeno território, quando os boletins meteorológicos da CNN e de outras estações televisivas, importantes a nível mundial, só dão conta do estado do tempo em Lisboa e no Algarve quando os pais da Maddie McCann decidem dar alguma conferência de imprensa junto às águas tépidas da Praia da Luz?

Em todo o caso, o Sr. Sócrates já veio dizer que as ameaças terroristas são para ser levadas a sério, e disse muito bem, já que, como pequena parte integrante do mundo ocidental, cá o burgo é, também ele, susceptível de ser vítima de algum ataque marado ou, porque não, de algum míssil de longo alcance que se desvie da sua rota, fruto de algum chip “made in China” que decida entrar numa de mau funcionamento.

Seja lá como for, e na minha qualidade de manda-chuva deste espaço, decidi fazer como as autoridades cá do burgo e elevar o sempre pacato nível de alerta do Sempre a Produzir para o nível amarelo às riscas verdes.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Uma semana

No que toca à publicação de posts num blog, há sempre uma razão para a falta de assiduidade do autor.

Falta de inspiração, falta de assunto, falta de tempo… Enfim, há muito por onde escolher de modo a justificar a referida falta de assiduidade.

No caso do Sempre a Produzir, nada do acima mencionado foi a causa da falta de posts durante cerca de uma semana e, ainda que não tenha nada a ver com o estado miserável do sistema de saúde cá do burgo, saúde tem sido a razão da minha ausência.

Saúde da pequena cria cá de casa, que apanhou uma valente constipação e que me levou a ficar em casa a prestar-lhe a devida assistência, e saúde da merda do computador que, ao ir pela segunda vez ao “médico” no espaço de um mês, teve que ficar, e continua por mais alguns dias, internado, à espera dum órgão vital novinho em folha.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Los profesionales de la medicina

A aversão que a bófia cá do burgo tem vindo a desenvolver às matrículas espanholas pode vir a ter consequências negativas para a populaça do nosso pequeno país, já que os milhares de médicos e enfermeiros do país vizinho que trabalham em Portugal estão fartos de serem perseguidos e multados e ameaçam com manifestações e greves, caso a polémica persista.

Até certo ponto, têm razão, já que é uma situação que não se entende quando inserida no contexto do que deveria ser o espaço único europeu, com a tal livre circulação de pessoas e bens.

Por outro lado, os profissionais espanhóis que trabalham cá no burgo têm que entender que, primeiro, a economia portuguesa está de rastos e que todo e qualquer euro extra que possa ir para os cofres do estado é bem vindo e, segundo, esta actuação da polícia portuguesa serve, sobretudo, para mostrar serviço e cair nas boas graças do ministério que a tutela, para que possam reivindicar mais efectivos e meios.

Uma referência à possível greve e às manifestações para vos dizer, caríssimos médicos e enfermeiros espanhóis, que vão, com certeza, encontrar muita gente que vos irá apoiar na Vossa digníssima causa, nomeadamente todos os cidadãos cá do burgo que encontraram em alguns de vós um médico de família ou um profissional nas poucas urgências que se mantêm abertas nos hospitais nacionais, à falta de médicos e enfermeiros lusos.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Saúde

Revoltante é o mínimo que se pode dizer sobre o estado da saúde cá do burgo, depois de ver a reportagem que passou há momentos na TVI sobre o tempo de espera a que a populaça se tem que submeter para uma intervenção cirúrgica, seja qual for a especialidade médica.

É melhor nem ver o debate sobre o mesmo assunto, a saúde, no “Prós e Contras” da RTP1, já que, com tanta merda a que se tem assistido nos últimos tempos, um gajo só tem vontade de atirar com alguma coisa à cabeça do ministro e levá-lo para um hospital público para que sofra, na pele, como a maioria da populaça.

Não vale a pena arriscar a saúde da televisão cá de casa.

Entretenimento no relvado

O futebol, leia-se a merda de futebol, cá do burgo tem destas coisas.

Como se não bastasse o “espectáculo normal”, por vezes degradante, de sessenta minutos de sarrafada e gajos no chão, a fingirem faltas, e de trinta minutos de jogo efectivamente jogado, coisa vista, normalmente, em jogos que opõem duas equipas distintas, apareceu, este fim-de-semana, uma nova modalidade de entretenimento para a populaça adepta do desporto rei, “a cena de porrada entre jogadores da mesma equipa”, excelentemente demonstrada por dois jogadores do Benfica durante o jogo com o Vitória de Setúbal.

Uma verdadeira vergonha para uma equipa com o historial do Benfica, protagonizada por gente que ganha fortunas.

Admira-me como é que ainda há gente que paga para ir aos estádios.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Cada vez pior serviço

Definitivamente, a saúde cá do burgo vai de mal a pior e parece que só o senhor ministro é que não quer ver o que é mais óbvio.

Fala na melhoria do serviço prestado para justificar o encerramento de unidades de saúde por este país fora, unidades de saúde que, segundo ele, têm recursos humanos a mais para a populaça que servem.

Não foi o que se viu no hospital de Aveiro, o tal onde morreu uma velhota, vítima dum AVC, depois de ter estado quatro horas à espera que alguém se dignasse dar-lhe alguma atenção.

Crianças a nascerem nas ambulâncias, a caminho do hospital mais próximo que, entretanto, se tornou mais longínquo, quilómetros a percorrer por idosos que se vêem privados dos SAP das suas zonas de residência, vários casos de cidadãos que morrem por falta de assistência imediata…

Definitivamente, a saúde cá do burgo vai de mal a pior e parece que só o senhor ministro é que não quer ver o que é mais óbvio… A merda de serviço prestado à populaça!

Modernices

Os Reis Magos dos Estados Unidos foram muito generosos neste Natal e ofereceram um GPS ao Menino Jesus, com a promessa de que Maria e José também irão receber, cada um, um destes aparelhos, provavelmente lá pelo Natal de 2008.

Tudo em nome da segurança e como precaução para evitar futuros raptos, como o que aconteceu este ano que findou aquando do desaparecimento da estátua do Menino do presépio.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Ano Novo…

Bens essenciais, como é o caso do pão, vão aumentar.

Transportes vão aumentar.

A electricidade vai aumentar, tal como a água, tal como o gás, tal como a taxa moderadora, cobrada nos hospitais, que, segundo consta, sobe 4%.

Portagens e gasolina, com certeza que vão aumentar.

As rendas da casa devem, obviamente, aumentar e outra coisa não é de esperar.

Tudo aumenta e, em alguns casos, o aumento é bem acima do valor dos tais 2,1% previstos para o aumento da inflação e dos salários da populaça.

Quando a populaça recorre, esperançadamente, ao velho ditado “Ano Novo, Vida Nova”, é numa de desejar que o novo ano que começa traga qualquer coisa de melhor do que o que acaba.

A populaça não recorre ao velho ditado para ver a vida a andar para trás, totalmente fecundada pelos senhores que ditam as leis nesta bosta de país, a quem, com certeza, pagar por um serviço privado de saúde não lhes custa, ou pagar qualquer coisa mais pela electricidade ou água ou, porque não, por uma singela carcaça, não lhes faz qualquer tipo de diferença.

Esses senhores deviam viver na puta da miséria em que vivem tantas famílias, deviam sujeitar-se a ter que, como se tem ouvido comentar por este burgo fora, pedir ajuda para comer a instituições de caridade ou, muito simplesmente, sujeitar-se às dificuldades que a maioria das famílias deste país sente quando se aproxima o final de cada mês.

“Ano Novo, Vida Mais Fodida”, isso sim.