segunda-feira, 7 de abril de 2008

Dois Anos - Sobre a Filha

É impossível recapitular, com uma certa precisão no que toca a datas, tantas conquistas da Joana, mas, tendo em conta a idade, há coisas que, aos olhos de outros pais, constituem verdadeiras surpresas, o que nos leva a ficar babados e, mais uma vez, cientes da nossa melhor contribuição para o desenvolvimento da nossa traquina.

No meio de muita perspicácia, alguma concentração, aprendizagem e aquisição de conhecimentos, quer por parte da cria quer por parte dos pais, as mudanças de fraldas, vestir a Joana e outras actividades similares, passaram a ser uma rotina do dia a dia da filhinha e da família.

Há, no entanto, algumas situações e considerações que ficam na memória, como a vontade, desde cedo, demonstrada pela pequena cria, em querer falar, no meio dum palrar muito característico.

Depois, as primeiras palavras, entre as quais, como não podia deixar de ser, “mamã” e “papá”, coisa que delicia qualquer progenitor.

Hoje em dia, não pára e o vocabulário cresce à medida que a Joana vai juntando palavras para compôr as primeiras frases, como, por exemplo, “não queis banana, queis mais gutu!”, vulgo “não quero banana, quero mais iogurte!”

No meio desta coisa das palavras, é interessante ver como todas as crianças aprendem com muito mais facilidade a palavra “não” em detrimento da palavra “sim”.

Outro pormenor, ainda associado à linguagem, é ver o esforço intelectual dos pais, nós incluídos, a, por vezes, tentar entender o que os filhos querem dizer com vocábulos e grunhidos que não lembram a ninguém.

Água, é coisa que a cria adora, seja ela para beber (após aquela fase em que não bebia mais nada senão leite), seja no banho, em casa e na praia.

Desde que se começou a aguentar em pé, a cria passou a tomar banho na banheira da casa de banho, em vez de continuar a usar a banheira de recém nascidos ou um artefacto, que foi utilizado uma ou duas vezes, para poder estar sentada na banheira, e é uma alegria constante enquanto dura o tempo do duche.

Na praia, a cria já demonstrou não ter medo, mas, isso sim, algum receio, o que é normal, e um visível sentimento de respeito pelo mar.

Depois de, com cerca de três meses e meio, ter dado o seu primeiro mergulho nas águas frias do Guincho, o que levou algumas pessoas a olharem para mim com um ar de descompostura, enquanto outras sorriam com a situação, a filhinha passou, no passado verão e já a andar, ao contacto com a areia molhada e com as ondas, quase sempre por sua iniciativa mas sempre debaixo do olhar atento dos pais.


A propósito de andar, o feito deu-se no dia quatro de Julho de 2007, ou seja, a poucos dias de fazer quinze meses, e ficou devidamente registado no que toca aos primeiros passos em casa.


E, a propósito de casa, talvez por ser menina, a Joana tem demonstrado ser bastante arrumadinha, quando não é desarrumada…

Ou seja, quando não está com as brincadeiras típicas de bebé, em que tudo é para desarrumar, a cria leva muito a sério situações caseiras como ajudar a arrumar o quarto ou a despensa, depois de chegados a casa cheios de compras, pôr a mesa, levando ela os pratos, copos e talheres, ou levando para o caixote do lixo o que é suposto levar e mais algumas coisas que, no seu entender, sejam dispensáveis, como dois copos desaparecidos há uns meses.

Talvez, também, por ser menina, começou, de algum tempo a esta parte, a protestar com a roupa que lhe vestimos, especialmente com os “xapátus”, e gosta de se olhar ao espelho, numa de ver se está tudo condizente, com um certo ar vaidoso.

E vaidosos ficamos nós, os paios, quando temos alguma visita em casa e, chegada a hora, dizemos à filhinha para ir para a cama e ela sai disparada, sem pestanejar e cheia de boa vontade, para a casa de banho, para lavar os dentes, e, depois, para junto da cama, onde fica especada, sempre agarrada a um dos inúmeros bonecos e a uma fralda de pano, à espera que a ponhamos na cama.

Falando de cama, aproveito a ocasião para dizer que estamos perfeitamente à vontade para levar a filhinha para a nossa cama, sem qualquer receio que haja habituação para adormecer, ou coisa que o valha, porque a cria sabe que, depois dum primeiro “não”, quando lhe dizemos que é para ir para a cama dela, é porque é mesmo para ir.

E as camas levam-nos a outras peças de mobiliário, como a cadeira de refeição que foi substituída, também já há algum tempo e por iniciativa da própria cria, por uma das cadeiras que acompanham a mesa da sala de jantar, ainda que a pequena criatura não fique devidamente à altura da situação, o que parece não a preocupar minimamente.

Sem dúvida, por ocasião das refeições, as preocupações passam para o lado dos pais, com a antevisão da chafurdice oriunda da persistência da filhinha em querer desenvencilhar-se, sozinha, com os talheres e, quando farta dos mesmos, com as mãos.

A propósito de mãos, posso, também, falar de desenhos, vulgo riscos e rabiscos, que a cria adora fazer, quer em papel, quer nas paredes de casa, e no uso das mesmas como reforço à linguagem, seja quando aponta para dizer ao que se refere ou como auxílio a expressões de surpresa ou dúvida, por exemplo.

As mãos da cria levam-nos, ainda, aos comandos da televisão, do leitor de dvds e da aparelhagem, tudo devidamente conciliado para que possa ter momentos de lazer e aprendizagem com alguns dos programas do Canal Panda, bem como treinar os seus dotes musicais e de dançarina.


Muito fica por dizer sobre a vida da cria durante estes dois anos e sobre tantas conquistas realizadas, mas o mais importante não pode faltar e, por isso mesmo, aqui ficam os meus parabéns, filhinha.

PARABÉNS por estes dois anos plenos de felicidade, tua e dos pais, e que se repitam por muitos mais, longos, bons e sempre cheios de saúde, alegria, paz, verdade e muito amor.

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