Nos diversos meios de transporte, é frequente ver anúncios daquelas casas de câmbios que negoceiam o envio de euros para os países de origem, em russo ou ucraniano ou coisa que o valha.
Hoje de manhã, passei por uma daquelas maquinetas que tiram quatro fotografias apressadas para os passes, que se podem encontrar em qualquer estação de comboios ou metropolitano, e reparei, ainda que de relance, que o preço das fotos estava em Português e, por baixo, em chinês ou japonês.
Vamos ao All-garve e, na grande maioria dos restaurantes, as ementas são-nos apresentadas em inglês, alemão e, só depois, em Português.
Frequentemente, ou melhor, mais do que frequentemente, a populaça negra fala num dos inúmeros dialectos vindos de Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné ou algum outro país que agora me escapa, e a populaça local fica ás aranhas, apanhando palavras soltas que não levam a nenhuma conclusão.
Até me podem estar a chamar nomes ou a mandar-me para o pénis que me fecunde, que não percebo nada e, na volta, ainda olho para eles e sorrio, como quem acha piada à maneira interessante como se exprimem.
Isto já para não falar na catrefada de indianos que podemos encontrar cá no burgo e que, fruto de uma linguagem de trapos totalmente imperceptível, até podem estar a planear um atentado ao vizinho do lado porque, à populaça local, a coisa passa completamente ao lado.
Com tantas empresas espanholas a operarem no mercado nacional, ou a controlarem empresas cá do burgo, o castelhano é, cada vez mais audível no dia-a-dia do comum cidadão e, qualquer dia, passaremos a entrar num qualquer café e pedir “una caña y un bocadillo de jamón de york con poca mantequilla”.
Afinal, quer-me parecer que as autoridades (in)competentes estão, uma vez mais, a fazer tudo mal feito e que o tal do acordo ortográfico devia ser alargado a muitos outros países, em vez de se limitarem aos que falam “português”.
Hoje de manhã, passei por uma daquelas maquinetas que tiram quatro fotografias apressadas para os passes, que se podem encontrar em qualquer estação de comboios ou metropolitano, e reparei, ainda que de relance, que o preço das fotos estava em Português e, por baixo, em chinês ou japonês.
Vamos ao All-garve e, na grande maioria dos restaurantes, as ementas são-nos apresentadas em inglês, alemão e, só depois, em Português.
Frequentemente, ou melhor, mais do que frequentemente, a populaça negra fala num dos inúmeros dialectos vindos de Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné ou algum outro país que agora me escapa, e a populaça local fica ás aranhas, apanhando palavras soltas que não levam a nenhuma conclusão.
Até me podem estar a chamar nomes ou a mandar-me para o pénis que me fecunde, que não percebo nada e, na volta, ainda olho para eles e sorrio, como quem acha piada à maneira interessante como se exprimem.
Isto já para não falar na catrefada de indianos que podemos encontrar cá no burgo e que, fruto de uma linguagem de trapos totalmente imperceptível, até podem estar a planear um atentado ao vizinho do lado porque, à populaça local, a coisa passa completamente ao lado.
Com tantas empresas espanholas a operarem no mercado nacional, ou a controlarem empresas cá do burgo, o castelhano é, cada vez mais audível no dia-a-dia do comum cidadão e, qualquer dia, passaremos a entrar num qualquer café e pedir “una caña y un bocadillo de jamón de york con poca mantequilla”.
Afinal, quer-me parecer que as autoridades (in)competentes estão, uma vez mais, a fazer tudo mal feito e que o tal do acordo ortográfico devia ser alargado a muitos outros países, em vez de se limitarem aos que falam “português”.
1 comentário:
A Língua portuguesa está a passar por um período de implantação, quer nos países Africanos de Língua Portuguesa, quer em Timor Leste. Na Guiné-Bissau esteve até para ser adoptado o Francês como língua oficial e em Timor-Leste o Inglês. Daí será fácil concluir que a língua portuguesa nas nossas ex-colónias não ficou muito bem cimentada. Esses países já não são colónias portuguesas, são livres e tanto poderão seguir o português falado em Portugal, por 10 milhões de habitantes, como o português falado no Brasil, por 220 milhões.
A teoria de Darwin é mesmo verdadeira e Portugal, se teimar em não se aproximar da versão de português do Brasil sujeita-se a ficar só e, mesmo assim, não vai conseguir manter a pureza da língua porque ela evolui todos os dias, independentemente da questão que agora se nos põe: todos os dias há termos que caem em desuso e outros novos que são adoptados pela nossa língua, em especial termos ingleses que são adoptados sem quaisquer modificações.
Se não houver aproximações sucessivas ambas as versões do português continuarão a divergir e daqui a algumas gerações serão línguas completamente distintas. Será então a altura de Portugal confirmar que saiu a perder porque ficou agarrado a um tabu que não conseguiu ultrapassar.
O Brasil tem um impacto muito maior no mundo do que Portugal, dada a sua dimensão, população e poderio económico que em breve irá ter. O nosso português tem hoje algum peso muito em função dos novos países africanos PALOPs ) e de Timor Leste, mas ninguém garante que esses países não venham um dia a aproximar o seu português da versão brasileira e há até já alguns sinais nesse sentido. A população do Brasil permite altas tiragens das publicações que ficarão mais baratas e, se houver maior harmonização, as editoras portuguesas (e amanhã dos PALOPs ) poderão vender mais no Brasil.
Se Portugal permanecer imutável um dia poderá ficar só: a língua portuguesa de Portugal será então considerada uma respeitável língua antiga (o Grego é ainda mais), da qual derivou uma outra falada e escrita por centenas de milhões de habitantes neste planeta. O nosso orgulho ficar-se-á por aí e pronto!
Ambas as versões de português têm uma raiz comum e divergem há cerca de duzentos anos. Outros duzentos e já não nos entenderemos: terão que ser consideradas duas línguas distintas.
O acordo ortográfico é uma decisão apenas política e quanto aos linguistas, apenas terão depois que assimilar as alterações e segui-las. Por exemplo: não se poderá alterar por decreto que uma molécula de água passa a ter dois átomos de oxigénio e outros dois de hidrogénio; ou que 5 vezes 5 passa a ser 28 em vez de 25. Mas poderá alterar-se por decreto a grafia de "acção" para "ação" e quem não o aceitar a alteração passa a cometer um erro. Com todo o respeito, mas também não são os Juízes e Advogados que legislam, apenas têm que interpretar e aplicar as leis.
Portugal nada ganhará de imediato, mas tem muito a perder no futuro se rejeitar agora o acordo que o Brasil está disposto a aceitar.
Zé da Burra o Alentejano
Enviar um comentário