Durante o excelente programa da SIC Notícias, que, infelizmente, não pude acompanhar desde o início, sobre o cancro infantil e o trabalho de toda a gente que, no Instituto Português de Oncologia, se dedica a estas crianças, algumas situações deixaram-me boquiaberto, não tanto por não saber da sua existência mas, talvez, por verificar, mais uma vez, algumas das tristes realidades cá do burgo.
Ao fim de muitos casos mencionados e do testemunho de médicos, enfermeiros e familiares, a reportagem começou a divergir para o campo dos direitos e deveres dos pais, especialmente dos pais destas crianças, e de tantas outras que sofrem de alguma enfermidade que requeira cuidados prolongados, e, eis senão quando, a populaça cai em si ao perceber que o comum cidadão só tem 30 dias por ano para dar assistência aos filhos e, em casos “especiais”, como, segundo percebi, o dos funcionários públicos, uns míseros onze dias por cada 365.
É, então, que percebemos que a dura realidade destes familiares, tantas vezes desesperados com o estado de saúde dos filhos, passa por ter que recorrer às falcatruas que os médicos de família, amável e compreensivelmente, lhes proporcionam, ao dar-lhes baixa a eles mesmos, em vez de declararem a verdade que seria a baixa por assistência a um familiar menor que requer cuidados continuados.
É, então, que percebemos que, incompreensivelmente, a lei cá do burgo é ambígua até mais não, uma vez que se um progenitor, que já esgotou os míseros trinta dias, envia o filho, já adolescente, sozinho ao hospital, numa de defender o sustento e, ao mesmo tempo, “cuidar” da saúde da, ainda, criança, pode ser acusado de negligência e as autoridades de protecção a menores são, imediatamente, notificadas.
É, então, que percebemos que há qualquer coisa de podre no nosso sistema de saúde, quando deparamos com casos, como o de uma menina de Cabo Verde, que, ao abrigo de protocolos, são, devidamente, tratados cá no burgo, acompanhados de um familiar que, além de não ter qualquer tipo de despesas, uma vez que até o alojamento, mais ou menos bom, é pago, ainda recebe um subsídio de duzentos e cinquenta euros mensais.
Não tenho, atenção, nada contra este tipo de situações proporcionadas pelos ditos protocolos, mas não posso deixar de pensar nas muitas famílias cá do burgo, que passam uma vida a descontar para a Segurança Social e para o Sistema Nacional de Saúde, que, além de arriscarem o ganha-pão do lar, não recebem qualquer tipo de apoio financeiro, ou, se recebem, deve ser qualquer coisa como a miséria do abono de família que não dá, sequer, para comprar uma vacina para a criança.
São situações complicadas, extremamente problemáticas, e, tantas vezes, desesperantes, para as quais os responsáveis deste país deveriam olhar com mais atenção e actuar, e legislar, de modo a proporcionar ao cidadão o real direito que tem à saúde e a cuidar dos seus.
Ao fim de muitos casos mencionados e do testemunho de médicos, enfermeiros e familiares, a reportagem começou a divergir para o campo dos direitos e deveres dos pais, especialmente dos pais destas crianças, e de tantas outras que sofrem de alguma enfermidade que requeira cuidados prolongados, e, eis senão quando, a populaça cai em si ao perceber que o comum cidadão só tem 30 dias por ano para dar assistência aos filhos e, em casos “especiais”, como, segundo percebi, o dos funcionários públicos, uns míseros onze dias por cada 365.
É, então, que percebemos que a dura realidade destes familiares, tantas vezes desesperados com o estado de saúde dos filhos, passa por ter que recorrer às falcatruas que os médicos de família, amável e compreensivelmente, lhes proporcionam, ao dar-lhes baixa a eles mesmos, em vez de declararem a verdade que seria a baixa por assistência a um familiar menor que requer cuidados continuados.
É, então, que percebemos que, incompreensivelmente, a lei cá do burgo é ambígua até mais não, uma vez que se um progenitor, que já esgotou os míseros trinta dias, envia o filho, já adolescente, sozinho ao hospital, numa de defender o sustento e, ao mesmo tempo, “cuidar” da saúde da, ainda, criança, pode ser acusado de negligência e as autoridades de protecção a menores são, imediatamente, notificadas.
É, então, que percebemos que há qualquer coisa de podre no nosso sistema de saúde, quando deparamos com casos, como o de uma menina de Cabo Verde, que, ao abrigo de protocolos, são, devidamente, tratados cá no burgo, acompanhados de um familiar que, além de não ter qualquer tipo de despesas, uma vez que até o alojamento, mais ou menos bom, é pago, ainda recebe um subsídio de duzentos e cinquenta euros mensais.
Não tenho, atenção, nada contra este tipo de situações proporcionadas pelos ditos protocolos, mas não posso deixar de pensar nas muitas famílias cá do burgo, que passam uma vida a descontar para a Segurança Social e para o Sistema Nacional de Saúde, que, além de arriscarem o ganha-pão do lar, não recebem qualquer tipo de apoio financeiro, ou, se recebem, deve ser qualquer coisa como a miséria do abono de família que não dá, sequer, para comprar uma vacina para a criança.
São situações complicadas, extremamente problemáticas, e, tantas vezes, desesperantes, para as quais os responsáveis deste país deveriam olhar com mais atenção e actuar, e legislar, de modo a proporcionar ao cidadão o real direito que tem à saúde e a cuidar dos seus.
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