Não sei o que é que a maioria da populaça pensa sobre o estado cá do burgo, mas eu estou cada vez mais desgostoso, irritado, preocupado e fodido com as situações que, quase diariamente, vêm a público.
Reparem os leitores mais assíduos do Sempre a Produzir que usei, no parágrafo anterior, uma linguagem mais violenta e, porventura, obscena, que não tem sido característica neste espaço, já que uma coisa é o habitual porra, bosta ou merda, e outra, um bocado diferente, é afirmar que estou fodido.
Fodido porque o Eng. Sócrates se esqueceu, no meio de tanta balela que proferiu no congresso do PS, tão mediaticamente coberto pela comunicação social de modo a chegar a toda a populaça, de referir os aumentos dos transportes já em Janeiro de 2007.
No meio de tanta manteiga passada pelo coiro do miserável cidadão, nomeadamente com a promessa do aumento progressivo do salário mínimo nacional, é natural que a populaça se tenha esquecido do aumento da electricidade, dos esperados aumentos dos combustíveis, dos aumentos constantes das taxas de juro, que afectam os empréstimos bancários contraídos para comprar uma casota, e, agora, do aumento dos transportes públicos.
Tudo aumenta, meus senhores. Tudo excepto a merda do nível de vida desta merda de país em que, infelizmente, temos que viver.
Não me recordo quem foi o anormal que se referiu, recentemente, à classe média nacional, dizendo que não existia ou que era insignificante ou qualquer coisa do género, mas, no meio da anormalidade, se calhar até é capaz de começar a ter razão, já que a chamada classe média está cada vez mais pobre e a sofrer até ao fim do mês para conseguir sobreviver.
Para essa gentalha que dita quais os caminhos a seguir pelo país, acredito que deve ser muito fácil impor medidas nefastas á populaça, porque não andam a contar os tostões até ao fim do mês, andam bem montados nos carros que nós lhes proporcionamos, têm ajudas de custo que lhes cobrem quase todos os aspectos da vida quotidiana e um salário que, se calhar não sendo nada por aí além, vai inteirinho para a conta bancária, onde fica, impávido e sereno, a render juros.
Assim, caramba, também eu.
Gostava é que essa gentalha também tivesse que, no seu dia a dia, apanhar, com chuva ou sol, o comboio às 8 da manhã e às 6 da tarde; que tivessem que pagar, todos os dias, os seus almoços, tantas vezes compostos por uma sopinha e uma sandes para poder poupar uns cobres até ao fim do mês; que tivessem que deitar sérias contas à vida com as prestações da casa e do carro, com as contas de manutenção dum apartamento, com o colégio das crianças, com a alimentação necessária aos estômagos duma família, com os custos associados à saúde da família, etc, etc, etc.
E tudo, cara gentalha, com uma merda de mil e poucos euros por mês, que é, na melhor das hipóteses, uma média aceitável, já que há uma grande parte da populaça que tem que sobreviver ainda com menos.
Reparem os leitores mais assíduos do Sempre a Produzir que usei, no parágrafo anterior, uma linguagem mais violenta e, porventura, obscena, que não tem sido característica neste espaço, já que uma coisa é o habitual porra, bosta ou merda, e outra, um bocado diferente, é afirmar que estou fodido.
Fodido porque o Eng. Sócrates se esqueceu, no meio de tanta balela que proferiu no congresso do PS, tão mediaticamente coberto pela comunicação social de modo a chegar a toda a populaça, de referir os aumentos dos transportes já em Janeiro de 2007.
No meio de tanta manteiga passada pelo coiro do miserável cidadão, nomeadamente com a promessa do aumento progressivo do salário mínimo nacional, é natural que a populaça se tenha esquecido do aumento da electricidade, dos esperados aumentos dos combustíveis, dos aumentos constantes das taxas de juro, que afectam os empréstimos bancários contraídos para comprar uma casota, e, agora, do aumento dos transportes públicos.
Tudo aumenta, meus senhores. Tudo excepto a merda do nível de vida desta merda de país em que, infelizmente, temos que viver.
Não me recordo quem foi o anormal que se referiu, recentemente, à classe média nacional, dizendo que não existia ou que era insignificante ou qualquer coisa do género, mas, no meio da anormalidade, se calhar até é capaz de começar a ter razão, já que a chamada classe média está cada vez mais pobre e a sofrer até ao fim do mês para conseguir sobreviver.
Para essa gentalha que dita quais os caminhos a seguir pelo país, acredito que deve ser muito fácil impor medidas nefastas á populaça, porque não andam a contar os tostões até ao fim do mês, andam bem montados nos carros que nós lhes proporcionamos, têm ajudas de custo que lhes cobrem quase todos os aspectos da vida quotidiana e um salário que, se calhar não sendo nada por aí além, vai inteirinho para a conta bancária, onde fica, impávido e sereno, a render juros.
Assim, caramba, também eu.
Gostava é que essa gentalha também tivesse que, no seu dia a dia, apanhar, com chuva ou sol, o comboio às 8 da manhã e às 6 da tarde; que tivessem que pagar, todos os dias, os seus almoços, tantas vezes compostos por uma sopinha e uma sandes para poder poupar uns cobres até ao fim do mês; que tivessem que deitar sérias contas à vida com as prestações da casa e do carro, com as contas de manutenção dum apartamento, com o colégio das crianças, com a alimentação necessária aos estômagos duma família, com os custos associados à saúde da família, etc, etc, etc.
E tudo, cara gentalha, com uma merda de mil e poucos euros por mês, que é, na melhor das hipóteses, uma média aceitável, já que há uma grande parte da populaça que tem que sobreviver ainda com menos.
Não proponho trocas de lugares. Nada disso. Mas admito que seria um sério desafio que a cambada que compõe o actual executivo experimentasse, durante uns meses, ganhar a vida à semelhança do mais comum do cidadão, para que se pudessem aperceber da grandiosa merda em que mergulharam, e continuam a mergulhar, este país à beira mar plantado.
Sem comentários:
Enviar um comentário