A receita do governo é muito simples.
Agarre-se em 4.800 barrigudos, habituados a trabalho de secretária, e atire-se com eles para funções operacionais.
Brigadas fiscais e de trânsito? Para quê? Deixemos os cartéis de contrabando de droga, e afins, entrarem a seu bel-prazer neste pacato cantinho e o ministro Manuel Pinho andar à velocidade que bem lhe apeteça nas auto-estradas cá do burgo e os anormais a quem saiu a carta na Farinha Amparo porem em risco a vida de condutores normais e conscientes.
Judiciária, SIS e SEF? Não vale a pena tanta coisa, já que não há corrupção em Portugal, não há crianças a serem abusadas e maltratadas, não há casos de mortes suspeitas de homicídios, não passa pela cabeça de ninguém meter uma bombinha de mau cheiro em algum ponto estratégico nem há um número considerável de emigrantes ilegais a entrarem, diariamente, cá no burgo.
Corpos de Intervenção, Brigadas Territoriais, GNR e PSP? Tudo isso é demais para um cantinho tão pequeno como o nosso.
Meta-se toda esta maralha numa misturadora, misture-se convenientemente e proceda-se à criação dum Sistema Integrado de Segurança Interna, liderado por um secretário-geral, que se encarregará de distribuir a amálgama resultante pelos diversos pontos necessitados cá do burgo.
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