segunda-feira, 7 de julho de 2008

É pena

Há uns dias atrás, depois duma perseguição tipo filme de gansters, com tentativas de atropelo, chiadeiras de pneus, pirilampos e sirenes, um homem levou com uma bala na carola, uma das quatro que um militar da Guarda Nacional Republicana disparou contra a viatura em fuga, na tentativa, precisamente, de a imobilizar.

Parece-me “engraçada” a maneira como certos órgãos de comunicação noticiam o acontecimento, com determinado tipo de vocabulário que pode suscitar algumas duvidas em relação à actuação do polícia ou o facto de este ser o quarto caso de civis baleados por militares da GNR, desde, imagine-se, Outubro de 2006.

O homem levou com um balázio e morreu.

Enfim… É pena, mas ninguém lhe mandou fugir a uma operação policial, nem tentar atropelar os polícias, nem, muito menos, obrigar os militares a andarem a acelerar, de um lado para o outro, durante 20 minutos, a gastar combustível a rodos que é pago por todos nós, os contribuintes.

Mais pena tenho do desgraçado do GNR que, por ter disparado para impor a lei e a ordem, vai ter que se sujeitar à merda da burocracia cá do burgo e justificar o porquê de quatro disparos, se a mão lhe tremia, se, para além do café da manhã, tinha bebido alguma coisa, se já tinha ido à casa de banho, ou se deu algum peido, na altura do disparo, que tenha provocado um pequeno desvio, porque é que não gritou em vez de disparar ou, a mais ridícula de todas, porque é que não esperou que o fugitivo disparasse antes que ele próprio premir o gatilho.

1 comentário:

desculpeqqc disse...

Eu diria melhor.
Se já o tivessem abatido antes de começar a fazer algo pelo qual agora fugia...
Ainda bem que apenas foi ele a única vítima (e não estou a falar do coitado do GNR)