quinta-feira, 10 de julho de 2008

Palhaçada elevada à oitava potência

Os líderes das oito economias mais industrializadas do planeta, conhecidos pelos G8, estão no Japão a analisar a crise mundial e, especialmente, a escassez de comida nos países mais pobres e os altos preços dos bens alimentares, com a firme convicção, pelo menos perante as câmaras e os microfones das cadeias de televisão, de apresentar soluções que visem melhores mecanismos de poupança, uma melhor racionalização dos bens alimentares, combater o flagelo da fome, que afecta milhões que não conseguem, sequer, uma refeição decente por dia, e ajudar os mais pobres.

Poético, sem dúvida. Atitudes nobres e enternecedoras, e palavras fáceis de dizer para quem não tem problemas de sobrevivência ao fim do mês, manda os lacaios, ao supermercado da esquina, fazer as compras do mês e não tem problema com o combustível necessário para atestar as carripanas estacionadas à porta das residências oficiais.

Quem os ouve falar, pode cair na ingenuidade de acreditar que os próprios vão servir de exemplo e mostrar ao mundo como se faz.

Demagogia e ilusão puras, já que os oito não se privaram de um pequeno banquete, composto por mais de 20 iguarias diferentes e vinhaça, da mais cara, a rodos.

Uma verdadeira hipocrisia que, de acordo com alguma imprensa, terá custado mais de 300 euros por cabeçorra e que, devido a tanta ostentação, terá levado a que representantes de países como a Tanzânia, Senegal ou Etiópia, presentes nas reuniões sobre questões alimentares, não tenham sido convidados para o petisco.

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