A mais pura das verdades é que há, por esse mundo fora, pais que não o deviam ser, por autênticas bestas que são, e outros que não o deviam ser por serem relativamente bestas ou, mais simplesmente, porque, digo eu, não devem gostar dos filhos que têm.
Ainda que gostos não se discutam, há, por exemplo, nomes que qualquer mãe ou pai, no seu perfeito juízo e gozando das suas capacidades em pleno, nunca dariam a um filho.
Há alguns dias atrás, ouvi uma mãe a chamar pela filha e, ainda que já não me lembre do nome da cria, lembro-me de levar as mãos à cabeça e pensar que a pobre da criança corre sérios riscos de ter uma vida infeliz.
Primeiro, vai ser gozada, até à exaustão, pelos colegas da escola, seja lá com que idade for, porque a criançada não perdoa estas coisas e um nome tipo Virgulina, Eustácia, Fabrizinha ou Pandora, não passa despercebido e é logo motivo de chalaça.
Segundo, porque qualquer gajo, com um mínimo de bom gosto, quando souber o nome da miúda – engraçadita, por sinal – que está ali a fazer-lhe olhinhos, bate, imediatamente, em retirada, com receio de ter que lhe dar o seu apelido, caso venham a casar.
Outro exemplo, que, sinceramente, nunca tinha visto, é o caso dos pais que tratam os filhos como cachorros.
Explico… Hoje de manhã, a caminho do trabalho, deparei-me com uma mãe que levava as duas crianças amarradas por uma trela, tipo quem andava a passear os dois cães que estavam à rasca para fazer uma mijinha.
Nada de amarrações aos pescoços das pequenas criaturas, não, mas, de qualquer maneira, indignou-me ver os miúdos a serem puxados por um pedaço de trela amarrada a um dos pulsos.
Crianças demasiadamente endiabradas para poderem passear um pouco mais à vontade com os pais?
Duvido, porquanto iam muito sossegados, talvez por já estarem habituados ao efeito da trela.
Estupidez, cretinice e uma enorme falta de paciência dos paizinhos para acompanhar as crianças no seu processo de conhecimento e exploração do mundo que os rodeia?
Parece-me, esta, uma razão mais plausível.
Pena que as crianças não tenham a força dum pitbull, de modo a, sem qualquer tipo de aviso, darem um violento puxão no braço da mãezinha que a levasse a bater com a cornadura num qualquer poste de iluminação.
Nota – Também publicado no Traquina e Irrequieta
Ainda que gostos não se discutam, há, por exemplo, nomes que qualquer mãe ou pai, no seu perfeito juízo e gozando das suas capacidades em pleno, nunca dariam a um filho.
Há alguns dias atrás, ouvi uma mãe a chamar pela filha e, ainda que já não me lembre do nome da cria, lembro-me de levar as mãos à cabeça e pensar que a pobre da criança corre sérios riscos de ter uma vida infeliz.
Primeiro, vai ser gozada, até à exaustão, pelos colegas da escola, seja lá com que idade for, porque a criançada não perdoa estas coisas e um nome tipo Virgulina, Eustácia, Fabrizinha ou Pandora, não passa despercebido e é logo motivo de chalaça.
Segundo, porque qualquer gajo, com um mínimo de bom gosto, quando souber o nome da miúda – engraçadita, por sinal – que está ali a fazer-lhe olhinhos, bate, imediatamente, em retirada, com receio de ter que lhe dar o seu apelido, caso venham a casar.
Outro exemplo, que, sinceramente, nunca tinha visto, é o caso dos pais que tratam os filhos como cachorros.
Explico… Hoje de manhã, a caminho do trabalho, deparei-me com uma mãe que levava as duas crianças amarradas por uma trela, tipo quem andava a passear os dois cães que estavam à rasca para fazer uma mijinha.
Nada de amarrações aos pescoços das pequenas criaturas, não, mas, de qualquer maneira, indignou-me ver os miúdos a serem puxados por um pedaço de trela amarrada a um dos pulsos.
Crianças demasiadamente endiabradas para poderem passear um pouco mais à vontade com os pais?
Duvido, porquanto iam muito sossegados, talvez por já estarem habituados ao efeito da trela.
Estupidez, cretinice e uma enorme falta de paciência dos paizinhos para acompanhar as crianças no seu processo de conhecimento e exploração do mundo que os rodeia?
Parece-me, esta, uma razão mais plausível.
Pena que as crianças não tenham a força dum pitbull, de modo a, sem qualquer tipo de aviso, darem um violento puxão no braço da mãezinha que a levasse a bater com a cornadura num qualquer poste de iluminação.
Nota – Também publicado no Traquina e Irrequieta
Sem comentários:
Enviar um comentário