quinta-feira, 11 de setembro de 2008

TIR

Há uns tempos atrás, e depois de ter sido vítima dum assalto estúpido num determinado estabelecimento, de onde lhe levaram uma série de cheques, a minha querida mulher foi chamada à polícia, já que os ditos começaram a aparecer de norte a sul do país, e foi-lhe aplicada a medida de coacção de Termo de Identidade e Residência, enquanto não se provou que não tinha sido ela a passar os cheques em alguns supermercados.

Uma imbecilidade desnecessária, e que se tornou ridiculamente estúpida e de muito mau gosto, digamos assim, quando se verifica que a mesma bela merda de medida de coacção é aplicada a muita gentalha delinquente que vagueia por esse burgo fora.

A mesma medida aplicada, aliás, ao idiota que enfiou três tiros, lá na tal esquadra de Portimão, no desgraçado que está, agora, entre a vida e a morte.

Isto, depois de termos ouvido, por aí, que episódios que envolvessem arma de fogo davam logo direito a prisão preventiva.

Ao anormal detido e posto em liberdade, relembro que o burgo tem as fronteiras escancaradas e que, da mesma maneira que as autoridades deixam entrar tanta merda, facilmente deixam a deixam sair, o que lhe poderia proporcionar momentos de certo gozo perante a lei portuguesa e quem a aplica.

Ou, então, aproveite bem as visitas diárias que tem que fazer à esquadra da PSP e aproveite para continuar praticar a arte do tiro ao alvo.

Ao juiz, ou à juíza, que lhe aplicou a extremada medida, pergunto qual seria a decisão caso o mesmo, ou outro, anormal tivesse enfiado um balázio na carola de algum amigo ou familiar.

Ao Ministro da Administração Interna pergunto se ao assassino de Lee Oswald, cujo caso foi tão sabiamente comparado com o atirador da esquadra de Portimão, também lhe foi aplicada a medida de TIR, saindo, assim, incólume e em liberdade.

1 comentário:

Anónimo disse...

Isto do roubo de cheques é terrível.
Pouco antes de o meu Pai falecer foi roubado à minha Mãe um livro de cheques com doze cheques novinhos.
No dia seguinte, logo à abertura do banco, a conta foi anulada. Ahhh! E na véspera foi apresentada queixa na polícia.
Isto não impediu que o meu falecido Pai fosse convocado doze vezes à polícia por ter passado cheques sem cobertura!
A cena era dramática pois quem ía (acompanhada por mim ou por um dos meus irmãos) era a minha Mãe, viuva recente e que teve de contar, vezes sem conta a mesma história.

É por isto que eu nunca ando com com cheques, tenho só um ou dois em casa para qualquer necessidade.