terça-feira, 6 de maio de 2008

Aumentos

O Jornal Destak faz manchete com o que a populaça vai ter que desembolsar a mais no que há de mais básico, a alimentação.

Segundo o matutino, que cita um estudo da TNS Worldpanel feito com base numa amostra de 2.500 famílias, os custos com alimentação vão sofrer, este ano, um aumento de 40,8%, face a 2007, ou seja, cerca de cinquenta euros a mais por mês.

Sobre este assunto, o Secretário de Estado Adjunto e do Orçamento, Emanuel dos Santos, assume que o burgo não pode fugir aos aumentos mas que até somos uns privilegiados, já que os efeitos das subidas dos preços serão menores cá na terra do que na média da Europa.

Num país onde a média dos ordenados é francamente inferior e a média do custo dos bens, sejam eles quais forem, é francamente superior, quando comparadas com a média europeia, semelhantes afirmações são descabidas e ridículas, senhor secretário de estado, e passam a ideia de que está a gozar com a pobreza e com as dificuldades da populaça cá do burgo.

Como se costuma dizer, no bom Português, ainda livre do maléfico acordo ortográfico, com o mal dos outros posso eu bem.

Desejo, sinceramente, que chegue o dia em que o senhor secretário e o seu primeiro-ministro tenham que recorrer a terceiros, ou ao cash advance do, sempre, problemático cartão Visa, para poderem comprar a meia dúzia de ovos, ou o quilo de carne picada para os hambúrgueres, que fazem falta nas cozinhas das vossas casas.

Aí vão, com toda a certeza, perceber a merda em que mergulharam este país.

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