segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

O dia seguinte

O fim-de-semana passou-se, com inevitáveis acontecimentos que marcaram o burgo.

A porra do Benfica não soube aproveitar o rebuçado que, há umas semanas atrás, lhe foi dado, de bandeja, pelo FCP e disse adeus à Taça de Portugal, brilhantemente eliminado pelo Varzim.

O próximo obstáculo é o Dínamo não sei de onde, para as competições europeias, onde, sabe-se lá como, a equipa encarnada ainda se vai mantendo.

O aborto passou a ser considerado livre, após a votação do referendo deste Domingo.

Algumas considerações:

Em primeiro lugar, o nível elevado, se bem que com melhorias significativas, da abstenção que chegou, mais uma vez, a um patamar muito próximo dos 60% e que mostra, de maneira clara e inequívoca, que a populaça cá do burgo se está a cagar para as leis portuguesas.

Depois, a vitória, ainda que juridicamente não vinculativa, do Sim, com larga vantagem sobre o não, que vai permitir, em definitivo, que o aborto seja praticado de forma livre e sem qualquer tipo de problemas.

Para a posteridade, ficam as imagens de felicidade e júbilo de gentalha que considera que a vida humana é um bem menor, e passível de se deitar fora por dá cá aquela palha, e a promessa dos movimentos do Não em continuarem a tratar a vida com dignidade e a prestar a melhor assistência possível às mulheres que dela necessitarem.

Fica o repto lançado por um dos líderes da plataforma do Não, Dr. João Paulo Malta, ao propor que o subsídio que o estado vai dar à mulher que aborta seja igual ao subsídio que é dado a todas as mães que querem constituir uma família.

Politicamente, ficam as palavras de Luís Filipe Menezes que considerou que Sócrates, tendo em conta o nível de abstenção e os votos conseguidos pelo não, sai derrotado deste referendo e ferido na sua credibilidade.

Hoje ainda estava meio a dormir quando ouvi as primeiras notícias da manhã, mas pareceu-me que algum matutino avançava com a notícia de que o Eng. Sócrates vai exigir a todos os deputados da bancada socialista que votem favoravelmente quando a nova lei for a votos no parlamento cá do burgo.

Se ouvi bem, e a ser verdade, será um exemplo brilhante da democracia apregoada pelo primeiro-ministro, que deu liberdade de escolha e de palavra às hostes do seu partido durante a campanha do referendo (lembro que muitos socialistas deram a cara pelo Não) e que, posteriormente, lhes vai exigir que votem contra o que defenderam, e contra a própria consciência, no hemiciclo.
Entretanto, aguardemos, pacientemente, pelo próximo tema que esta gentalha quererá levar a referendo…

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