sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Freeport, Sócrates e afins - 01

A novela Freeport promete ser longa mas fértil em episódios, mais ou menos bombásticos e/ou credíveis, capazes de manter a populaça cá do burgo entretida.

Independentemente das bacoradas, mais ou menos divertidas, do tio do Sr. Sócrates, do paradeiro do filho do tio, da capacidade de gesticulação do tal Charles Smith, da empresa não sei quantas, que só durou meia dúzia de meses, do valor que o tio gastou em automóveis e das off-shores ligadas a toda esta salganhada, uma coisa é certa… O Sr. José Sócrates, digníssimo primeiro-ministro deste pequeno burgo, vê o seu nome envolvido em mais um caso com contornos muito pouco claros.

Ainda que a procuradora-geral adjunta, Cândida Almeida, tenha dito que o caso Freeport não tem arguidos mas, sim, vários suspeitos, a verdade é que o nome de Sócrates está metido lá no meio, o que não abona nada em favor do líder socialista nem, sobretudo, à credibilidade desta bosta de país.

Falando de influências, é interessante ou, se assim lhe quiserem adjectivar, “engraçado”, verificar que Cândida Almeida refere que o nome do primeiro-ministro aparece no processo, onde há suspeitos, mas que Sócrates não está a ser investigado (?) …

Então o nome consta do processo mas “não tem direito” a ser investigado?

Diz o velho ditado que “não há fumo sem fogo” e a verdade é que o Sr. Sócrates já se viu na necessidade de, por duas vezes num curto espaço de tempo, vir dar “justificações” à populaça, ainda que não tenha dito nada de novo nem de esclarecedor, à semelhança do comunicado da Procuradoria-geral da República atrás do qual se escudou, e, diz um outro ditado popular, “quem tem cu tem medo”.

Recorrendo, graças, certamente, ao acordo ortográfico, à utilização abusiva duma nova palavra – insídia –, em substituição da já cansada cabala, o Sr. Sócrates repudiou as notícias e voltou a afirmar que não é assim que o mandam abaixo e que não se coloca na posição de suspeito.

Insídia ou não, o nome de Sócrates está na baila e, ainda que se diga por aí que a política deve estar dissociada das investigações judiciais, a realidade é que estamos em ano de eleições e seria interessante ouvir, por parte dos partidos políticos, mais do que meras desculpas para não comentar as afirmações do Sr. Sócrates e o seu eventual envolvimento no caso Freeport.

Bettencourt Resendes diz que “é importante que a investigação ao caso Freeport termine rapidamente, de forma a que os portugueses tenham todos os elementos para poderem julgar as pessoas que se apresentam às urnas nas eleições deste ano”.

Ou seja, é da maior importância saber o que os partidos políticos têm a dizer e, sobretudo, não se deve dissociar a justiça do poder exercido num qualquer cargo político.

Insídia ou não, e coisa extremamente rara, dou razão ao comunista que deu a cara pelo partido da foice e do martelo, António Filipe, quando diz que espera que o caso Freeport não seja aproveitado para uma acção promocional de vitimização da figura do Sr. Sócrates.

É que, se assim for, ainda nos arriscamos a levar com mais quatro anos de merda absoluta socialista.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não me digas que estás a ficar comuna
Dasse!