segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Aperto de mão

Não sou nenhuma besta, mas aperto a mão como me educaram desde criança, ou seja, com certo vigor ou, como se dizia antigamente, um aperto de mão “à homem”.

Há uns tempos atrás, dei os bons dias – educadamente, como manda a lei – a um pseudo superior hierárquico e o homem queixou-se do aperto que lhe dei, para surpresa, e risos contidos, de tantos quantos assistiram à ocorrência.

Hoje, logo pela manhã e enquanto esperava pelo comboio, dediquei-me a observar a reunião duma pandilha de colegas que se iam encontrando na gare para, digo eu, apanhar o dito e irem para as aulas.

Tudo gente na casa dos dezassete ou dezoito anos, ou seja, homens de barba rija, ainda que possuidores de brincos, piercings e outros afins que, aliados a uns penteados meio paneleirotes, fruto de tanta brilhantina, lhes conferiam um aspecto de putos.

Independentemente do aspecto visual dos rapazolas, o que me chamou à atenção foi a forma ridícula como se cumprimentavam, já que aquilo é mais um esfregar de mãos do que, propriamente, um aperto das mesmas.

Uma coisa de bradar aos céus, acompanhada dum “Ya” que, pelos vistos, substitui o tradicional “bom dia”.

Safavam-se, ali no meio, os dois rapazes de cor que, em vez do tradicional aperto de mão, iam tentando ensinar aos restantes um daqueles cumprimentos típicos de gangs.

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