As maleitas da pequena cria, que os interessados podem consultar no blog Traquina e Irrequieta, levaram, na noite da passada terça-feira, a uma visita de cortesia às urgências do Hospital Dona Estefânia.
Uma das coisas que fiz, enquanto esperávamos que nos chamassem, foi observar a populaça que aguardava na sala de espera das urgências, para chegar à conclusão de que cerca de 70% não eram cá do burgo.
Dois casais chineses, uma catrefada de brasileiros, outra catrefada de africanos, mais ou menos retintos, e uma grande dose de gente oriunda dos países de leste, cujos nomes eram dificilmente pronunciados pelo pessoal do hospital, compunham a moldura humana onde surgiam, sabe-se lá vindos de onde, meia dúzia de pais a falarem correctamente a língua cá do burgo.
São crianças, sim senhor. São crianças com direito à saúde, sim senhor. É um hospital público, sem dúvida.
No entanto, quando ouvimos dizer que o número de imigrantes desempregados – o número oficial, bem entendido, daqueles que estão inscritos nos centros de emprego – aumentou quase 50% num ano e que sofreu uma subida de quase 30% nos dois primeiros meses deste ano, devemos fazer uma breve pausa e pensar onde é que este país vai parar.
Isto começa a parecer um país de acolhimento para refugiados, porra, e a populaça não ganha nem desconta – aqueles que ainda têm a felicidade de ter um emprego – para isto.
Ouvimos, diariamente, falar de gente cá do burgo a ficar desempregada mas continuamos a aceitar a populaça estrangeira que abanca, confortavelmente, a gozar dos nossos, já por si merdosos, sistemas de segurança social e de saúde.
Não é que a minha filha tenha mais ou menos direitos, ou que tenha que passar à frente da rapariga cabo-verdiana que, chegada à dez dias a Portugal, se apresentou no gabinete médico designado com uma porra dumas crostas na barriga e no lombo que, segundo a médica (que, imediatamente, puxou a Joana para outro lado da sala por causa dos contágios), indicavam a presença dum vírus primo da varicela e que nem sequer falava português, obrigando à presença duma tia interprete que decifrasse o crioulo.
Nada disso, especialmente quando se trata da saúde de pequenas criaturas.
Nada disso, mas ninguém me garante – e cada vez menos sinto essa garantia – que todos os que por ali aparecem, com as crias adoentadas, tenham, como eu, os impostos em dia e sejam cumpridores das morais e dos bons costumes cá do burgo.
Ninguém me garante que não estou a dar o meu lugar de cidadão honesto e cumpridor, e o lugar da minha família, a um cabresto qualquer que, se calhar, me vai tentar assaltar passadas umas horas.
Quanto ao vírus primo da varicela, o velho slogan ”O que é nacional, é bom” diz tudo e mais vale a varicela nacional do que uma merda qualquer importada, sem controlo de qualidade e sabe-se lá com que outros vírus nefastos agregados.
Uma das coisas que fiz, enquanto esperávamos que nos chamassem, foi observar a populaça que aguardava na sala de espera das urgências, para chegar à conclusão de que cerca de 70% não eram cá do burgo.
Dois casais chineses, uma catrefada de brasileiros, outra catrefada de africanos, mais ou menos retintos, e uma grande dose de gente oriunda dos países de leste, cujos nomes eram dificilmente pronunciados pelo pessoal do hospital, compunham a moldura humana onde surgiam, sabe-se lá vindos de onde, meia dúzia de pais a falarem correctamente a língua cá do burgo.
São crianças, sim senhor. São crianças com direito à saúde, sim senhor. É um hospital público, sem dúvida.
No entanto, quando ouvimos dizer que o número de imigrantes desempregados – o número oficial, bem entendido, daqueles que estão inscritos nos centros de emprego – aumentou quase 50% num ano e que sofreu uma subida de quase 30% nos dois primeiros meses deste ano, devemos fazer uma breve pausa e pensar onde é que este país vai parar.
Isto começa a parecer um país de acolhimento para refugiados, porra, e a populaça não ganha nem desconta – aqueles que ainda têm a felicidade de ter um emprego – para isto.
Ouvimos, diariamente, falar de gente cá do burgo a ficar desempregada mas continuamos a aceitar a populaça estrangeira que abanca, confortavelmente, a gozar dos nossos, já por si merdosos, sistemas de segurança social e de saúde.
Não é que a minha filha tenha mais ou menos direitos, ou que tenha que passar à frente da rapariga cabo-verdiana que, chegada à dez dias a Portugal, se apresentou no gabinete médico designado com uma porra dumas crostas na barriga e no lombo que, segundo a médica (que, imediatamente, puxou a Joana para outro lado da sala por causa dos contágios), indicavam a presença dum vírus primo da varicela e que nem sequer falava português, obrigando à presença duma tia interprete que decifrasse o crioulo.
Nada disso, especialmente quando se trata da saúde de pequenas criaturas.
Nada disso, mas ninguém me garante – e cada vez menos sinto essa garantia – que todos os que por ali aparecem, com as crias adoentadas, tenham, como eu, os impostos em dia e sejam cumpridores das morais e dos bons costumes cá do burgo.
Ninguém me garante que não estou a dar o meu lugar de cidadão honesto e cumpridor, e o lugar da minha família, a um cabresto qualquer que, se calhar, me vai tentar assaltar passadas umas horas.
Quanto ao vírus primo da varicela, o velho slogan ”O que é nacional, é bom” diz tudo e mais vale a varicela nacional do que uma merda qualquer importada, sem controlo de qualidade e sabe-se lá com que outros vírus nefastos agregados.
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