quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Uma questão de pontaria
É disto é que o meu povo gosta
Cecília Honório, do Bloco de Esquerda, disse que a data vai mudar a história da democracia e acabar com a humilhação de muitas mulheres, apelando ao voto como forma de manifestação da populaça.
Pelo CDS-PP, Nuno Melo afirmou que a data dará tempo à populaça para se organizar e participar na campanha.
Já o PSD, pela viva voz de Luís Marques Guedes, apela à realização de uma campanha serena, elevada e pautada pelo não partidarismo, de modo a que o cidadão possa votar de acordo com a sua consciência.
O líder parlamentar do PS, Alberto Martins, identificou-se, em nome do partido, com a declaração do Presidente da República e aproveitou para frisar que o referendo é o momento para acabar com uma situação que envergonha este país à beira mar plantado.
Por último, o PCP, defensor da alteração da lei pelo Parlamento sem recurso à consulta popular, que, pelas palavras de Bernardino Soares, vai estar fortemente empenhado na campanha pela vitória do sim, de modo a livrar o país duma lei injusta.
As declarações proferidas levam à conclusão de que estão todos muito satisfeitos com a data escolhida, e desejosos que chegue o dia 30 de Janeiro de 2007, para poderem começar a fazer campanha como se de umas legislativas se tratasse.
Merdice do dia
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
Transportes
Lido noutros blogs
- O Papa e a Turquia, no Combustões
- Noi siamo forti, no Portugal dos Pequeninos
- Política à socialista: o caso prático da flexisegurança, no 31 da Armada
Merdice do dia
Estava eu a pensar no estado cá do burgo e só me vinha à cabeça que isto está uma merda.
Vai daí, lembrei-me que um velho amigo costumava enviar, há uns anos atrás, umas histórias engraçadas sobre merdas e fui à procura, no baú das recordações, de alguns clips que guardei desde então.
Não são muitos, mas chegam para uma nova rubrica no Sempre a Produzir, que começa hoje dedicada ao actual executivo que só diz disparates.
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Lido noutros blogs
O esférico rolando sobre o gramado da luta de classes, no 31 da Armada.
Medida de coacção
Flexibilidade laboral
Entretanto, uma fonte do Ministério do Trabalho e da Segurança Social já veio dizer que não, e que o que existe é uma Comissão do Livro Branco para as Relações Laborais (que porra de comissão é esta?) que talvez vá buscar alguma inspiração ao tal modelo flexível e seguro.
Já começa o diz que disse e que não disse, e antes pelo contrário, de modo a confundir as carolas da populaça.
Ora, o tal modelo diz, por exemplo, que se um trabalhador quiser renunciar a um aumento salarial durante um certo período de tempo, terá que ser recompensado com uma maior flexibilidade interna, que se pode traduzir em mais formação contínua ou numa redução do número de horas de trabalho.
Não sou economista nem político, mas, a meu ver, isto nada tem a ver com a realidade cá do burgo, já que a populaça quer é mais uns trocos para melhor sobreviver até ao fim do mês e se reduzir o número de horas de trabalho vai, obviamente, ganhar menos.
Quanto á formação contínua, pergunto-me se será esse “esplêndido benefício” que vai encher o frigorífico lá de casa.
O modelo diz, também, que em caso dum gajo ir para o olho da rua, o estado garante uma maior protecção, aumentando, por exemplo, o valor do subsídio de desemprego.
Afinal de contas em que é que ficamos? Não andam por aí a apregoar que a Segurança Social está nas lonas?
Então, se é assim, onde é que diabo o estado vai buscar mais verba para aumentar a mesada dos desempregados? Mais aumentos nas portagens, na gasolina e nos impostos da populaça?
A realidade cá do burgo não se compadece com estas tretas, já que a economia nacional não tem nada a ver com a existente nesses países onde o modelo foi aplicado.
IC19
Hoje decidimos vir de carro para Lisboa e havia a expectativa, óbvia, de verificar se a pomposa inauguração tinha surtido algum efeito prático.
Fomos enganados, é a conclusão a que chego. Falam em acessibilidade, falam em mobilidade e falam em melhorias. Eu falo no fim do mundo em cuecas! A loucura total!
Se calhar, muitos mais, como nós, decidiram verificar se havia algum tipo de melhoria e entupiram a maldita da estrada. Será? Não acredito.
Realmente, na altura, estava sol, mas foi de pouca dura.
Ou seja, de manhã, com duas ou três faixas, com obras ou sem elas, com sol ou chuva, de Ferrari ou de Fiat 600, o trajecto Sintra-Lisboa vai continuar a levar, em média, uma hora.
Três anos
Muitas mais tentativas de boicote;
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Metro no Porto?
Três dúvidas.
Por um lado, fica a clara dúvida sobre se este pseudo condutor terá tirado a carta de condução ou se foi daqueles casos de prémio na Farinha Amparo. É que, por muito pitosga que seja, existe sinalização no local.
domingo, 26 de novembro de 2006
Censura ou limpeza básica?
Ouviu-se, por aí, dizer que o executivo está a preparar umas leis que permitam mudar ou cancelar, ou coisa que o valha, os conteúdos e as programações das televisões cá do burgo.
Ora, se há já quem pense que estamos a voltar ao tempo da censura do Professor António de Oliveira Salazar, outros há que pensam que, apesar de não irem à bola com este governo, esta seria a melhor medida tomada pelo executivo até hoje, caso, e fica esta condicionante, determinados programas e novelas fossem, pura e simplesmente, banidos da televisão nacional.
Seria um saneamento à séria, que só faria bem à boa condição mental da populaça, abolir as porcarias tipo Floribela e aquela merda do programa do Kleber.
Mas a coisa não deve ser bem assim, porque já se fala no regresso do Big Brother. Assim sendo, os tais que iriam aplaudir esta medida governamental, como seria o meu caso, vão continuar na expectativa. Ver para crer, meus senhores!
E continuam
As manifestações contra este executivo continuam e, desta vez, a populaça manifestou-se em mais de vinte cidades cá do burgo, com a maior enchente a registar-se em Lisboa, onde o líder da CGTP, Carvalho da Silva, já assumiu que a mudança que o pais precisa será imposta pela Intersindical.
sexta-feira, 24 de novembro de 2006
Lírico
Atentado sénior
Já se sabe que desde muito tenra idade são ensinados a manejar armas e que lhes é incutido um espírito de mártires suicidas, mas terá sido este o caso da vovó suicida, que esperou uma vida para cometer este “acto heróico”?
Porcos, inconscientes ou falta de educação?
Carros parados e atingidos por troncos de árvores, carros parados e atingidos por outros que não travaram a tempo, pessoas espalhadas ao comprido por escorregarem nas folhas e lama acumuladas nos passeios…
Enfim, um verdadeiro caos, ao qual se juntam os 17 chapéus-de-chuva que contei enquanto dei a volta ao quarteirão.
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Euros
Portugal perdeu força e destaca-se pela negativa, ao contrário de outros, como Espanha e a Irlanda, que viram as suas economias a crescerem a olhos vistos.
Vai lá, vai
A mais recente proeza do rapazinho consistiu em arrastar um autocarro de cerca de dois mil quilos ao longo de mais de 40 metros.
Se
mpre achei que as crianças, hoje em dia, têm outra evolução por causa das papas mas isto é um exagero. Pelo sim pelo não, nunca vou dar uma papa Georgiana à nossa cria."Protestomania"
Vamos só passear
O Governo Civil de Lisboa, o ministro Severiano Teixeira e o próprio José Sócrates já vieram a publico dizer que tudo não passa de uma manifestação ilegal e que estão contra este tipo de acções.
Mas é de frisar que, de acordo com os organizadores do passeio lúdico, não se trata de uma manifestação.
A pensar...
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Sempre a aprender
Sempre a Produzir
Nota: Os meus sinceros agradecimentos ao ilustre JCS pela grande ajuda prestada.
Orçamentos da Ota
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Frase espirituosa
Já sei que, lendo a notícia toda, se entende o que a bastonária da Ordem dos Arquitectos, Helena Roseta, quis dizer.
O mundo e a democracia
Lá vem a público mais uma sondagem deveras interessante para a populaça.
Desta feita, o The Economist apresenta o trabalho “O Mundo em 2007”, onde os autores do relatório apresentam os estados mundiais classificados em quatro categorias: os plenamente democráticos, os imperfeitamente democráticos, os híbridos e os autoritários.
A título exemplificativo, Portugal aparece num estrondoso décimo nono lugar, o que lhe confere um estatuto de país com uma democracia plena. Mas resta saber, plena de quê? De merda? De mentira? De corrupção?
Caricata é a segunda classificação, a dos países com uma democracia imperfeita, onde se enquadra, por exemplo, a Itália, e que, segundo os autores do estudo, é melhor que a inexistência da dita democracia. Ou seja, não é carne nem é peixe, e antes pelo contrário, e a populaça não deve fazer a mínima ideia a quantas anda.
No grupo dos países híbridos aparecem a Nicarágua e o Iraque.
Ora, a palavra híbrido provém do grego hýbris, que quer dizer injúria ou ultraje, e é um adjectivo aplicado a qualquer coisa que vem de duas espécies diferentes (animal ou vegetal) ou que se afasta das leis naturais.
Então, que raio de coisa é um país híbrido?
Que a Nicarágua e o Iraque há muito se afastaram das leis naturais já se sabia, mas não seria melhor considerá-los ditadores e, nesse caso, inclui-los no grupo seguinte?
O último grupo é o dos países dos regimes autoritários, onde aparecem a China e Cuba. Aqui, não se põem dúvidas enquanto ao que é um país autoritário, mas fica a dúvida em relação a alguns estados que aparecem inseridos neste conjunto, como a Arábia Saudita e a Jordânia.
Em todo o caso, e tendo em conta que apenas 28 países são considerados como plenamente democráticos, os responsáveis cá do burgo devem estar plenamente satisfeitos com este resultado e até vão poder dormir mais descansados.
Melhores blogs 2006
Apesar de recente nestes meandros, aqui o Johnnyzito já tem alguns espaços predilectos e, como o Sempre a Produzir já tem mais do que três meses de vida, decidi aderir a esta iniciativa que penso que é de louvar.
Duas notas…
Em primeiro lugar, não fiquem tristonhos aqueles cujo espaço, sendo parte integrante da minha leitura quase diária, não figuram nesta votação. O regulamento só permite seis nomeações e, por muito que não queira, tenho que fazer opções.
Miss Pearls
segunda-feira, 20 de novembro de 2006
Mais um
É só mais um aumento, e a populaça já está habituada.
Tomemos, como exemplo, a AE do Norte (A1).
Neste caso, o trajecto Lisboa-Porto custa, actualmente, 16,95 euros e, com o referido aumento, passará para 17,46 euros. Ou seja, ida e volta, 34,92 euros. Em contas redondas, 7 notas de mil na moeda antiga.
domingo, 19 de novembro de 2006
Consumismo extremado
Nunca fui um daqueles consumistas fanáticos que gastam dinheiro em todas as pequenas traquitanas, ou algo semelhante, que lhes aparecem à frente e sou pessoa habituada a comprar o que é realmente necessário.
A propósito de artigos de puericultura, esta coisa do consumismo, e o aproveitamento deste facto pelas empresas do sector, passou a ser, como diria um velho conhecido meu, o fim do mundo em cuecas, dada a quantidade impressionante de porcarias para os bebés.
Há para tudo e de todas as marcas, mas há exemplos que ficam gravados dentro da cabeça dum pai.
As chamadas toalhitas, por exemplo. Aqueles paninhos bem cheirosos que permitem, num ápice, limpar todo o corpo do bebé.
É a verdadeira loucura como as marcas se atropelam nos expositores, deixando um gajo sem saber para que lado se há-de virar.
Outro exemplo são os produtos para aquele momento mágico que é o banho do bebé.
Quando aqui o rapaz era uma pequena criatura, haviam dois ou três produtos para usar na banheira, além, claro, do sabão azul e branco, o champô era aquele típico Johnson’s para bebé e o creme era o Halibut, para pôr nas partes baixas em caso de assadura.
Hoje em dia, os pais dão em malucos… Produtos para o banho são mais que muitos e champôs idem.
Fiquei boquiaberto a olhar para o expositor da Johnson’s, onde existem mais quatro variedades de champôs, além do típico amarelo que mencionei anteriormente, amaciadores para bebé e, pasme-se, os tais dois em um.
Pergunto-me para que raio é que serve tanta merda, já que os bebés, com o cabelo ralo e sedoso que habitualmente têm, não precisam de champôs especiais que evitam os nós no cabelo nem amaciadores para uma longa e aveludada cabeleira.
Coisas para os pequenos são aos magotes.
Papas de mil e um sabores, bolachinhas especiais para tenras idades, vários tipos de leite em pó, bonecos, brinquedos, sumos, bonecas da anormal da Floribela, etc, etc, e, para mim a melhor de todas, MOSTARDA para crianças!
E ainda têm a lata de vir com conversas sobre a obesidade infantil?
Mostarda para crianças… Porra!
Fim-de-semana
Loucuras de pai
Há, pelo menos, dois leitores assíduos deste espaço que assistiram ao que vos conto neste post e, porque já estão habituados a determinado tipo de atitudes e taras da minha parte, não contam para a análise que alguns leitores se dedicarão a fazer, nem poderão influenciar a opinião dos demais.
Quem, na sexta-feira, tenha dado de caras, numa das principais estações de comboios que servem Lisboa, com um tipo, com ar meio alucinado, agarrado ao telemóvel a berrar “aahhhhh”, “come tudo, bebé”, “aaahhhhhh”, não se admire.
Não era, nem de perto nem de longe, nenhum tresloucado fugido do Júlio de Matos. Era, isso sim, este vosso interlocutor a dar a sopa à cria.
“Este gajo diz que não, mas está mesmo apanhadinho da marmita”, pensarão alguns leitores.
Nada disso. O que aconteceu foi que liguei para a mamã, para lhe dar conta de que estava atrasado, precisamente na altura em que ela estava a dar de comer à pequena criatura.
Como esta é uma tarefa para a qual, regra geral, são necessárias as duas mãos, a minha mulher pôs o telefone em alta voz, o que intrigou e, sobretudo, acabou por ser um entretenimento para a bebé que, diga-se de passagem, estava algo renitente em degustar o jantar e passou, ao ouvir a minha voz, a abrir a boca para palrar comigo ao telefone, levando, de caminho, com uma colherada de sopa pela goela abaixo cada vez que o fazia.
Aqui faço um parêntesis para dizer que do mal o menos, porque comigo a coisa ainda era pior e o sénior teve que andar com a minha pessoa montada em cima dum burro, à volta duma nora, enquanto a senhora minha mãe me enfiava a tal colherada de pápa pela boca dentro cada vez que passava por ela.
Por isso, acredito que esta coisa de transformar o telemóvel num entretém enquanto a cria come nem é muito mau.
Ora, à semelhança do que pensaram alguns leitores, quatro ou cinco parágrafos atrás, também três ou quatro pessoas, que se encontravam na gare e sorriam ao testemunhar a ocorrência e a minha figura ridícula, deverão ter pensado que eu não estava nada bem da carola.
Pois desenganem-se e fiquem sabendo que, além de que existem coisas que um pai quase se vê obrigado a fazer em prol da descendência, a coisa até deu resultado, já que a cria comeu a sopa toda!
sexta-feira, 17 de novembro de 2006
Lido noutros blogs
Nuclear
Múmias
Momento lúdico V
"Todos os filhos da puta que querem desembarcar saiam desta merda de comboio agora, porque esta é a última porra de estação!
E todos os filhos da puta que vão voltar para casa e desejam entrar nesta merda de composição, sentem os seus cus mal cheirosos no comboio, porque este caralho vai sair dentro de segundos!"
A mãe foi até à sala e disse ao filho:
"Aqui em casa não usamos esse tipo de linguagem!
Duas horas depois, o miúdo sai do quarto e volta a brincar com o comboio. Quando este volta a parar, a mão ouve, então, o filho dizer:
"Todos os passageiros que vão desembarcar lembrem-se, por favor, de levar a sua bagagem de mão.
Esperamos que tenham tido uma boa viagem. Agradecemos a todos terem escolhido a nossa companhia e esperamos revê-los em breve.
A todos aqueles que se preparam para embarcar, pedimos o favor de guardarem as malas de mão debaixo dos assentos. Lembrem-se que é proibido fumar. Esperamos que façam todos uma óptima viagem."
A mãe, babada e orgulhosa, sai da cozinha e vai em direcção à sala para elogiar o filho quando ouve este acrescentar:
"E para todos aqueles que estão fodidos com o atraso de 2 horas, as reclamações são com a vaca que está lá na cozinha!"
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Eu disse, tu disseste, nós dissemos
E, como sempre acontece nestas situações, o episódio tem dado azo a uma série de declarações que, inevitavelmente, acabam por cair no círculo vicioso do diz que disse e que não disse e antes pelo contrário.
De acordo com as notícias vinculadas pelo Semanário Sol, Carmona Rodrigues retirou todos os pelouros a Nogueira Pinto, acusando-a de falta de lealdade e de ter votado contra um nome proposto pelo Presidente da Câmara – Eu disse.
A vereadora do CDS-PP respondeu a Carmona Rodrigues, alegando que a proposta apresentada não correspondia ao que estava agendado nem previamente acordado e que o Presidente da Câmara usou um pretexto para lhe retirar os pelouros que tinha na CML – Tu disseste.
Às palavras de Nogueira Pinto veio o PSD em defesa de Carmona, dizendo que a vereadora não cumpriu com o que estava acordado, ao votar contra, e sem qualquer explicação, uma proposta apresentada pelo executivo do qual fazia parte – Nós dissemos.
Segurança na CP
quarta-feira, 15 de novembro de 2006
Mais aumentos
Reparem os leitores mais assíduos do Sempre a Produzir que usei, no parágrafo anterior, uma linguagem mais violenta e, porventura, obscena, que não tem sido característica neste espaço, já que uma coisa é o habitual porra, bosta ou merda, e outra, um bocado diferente, é afirmar que estou fodido.
Fodido porque o Eng. Sócrates se esqueceu, no meio de tanta balela que proferiu no congresso do PS, tão mediaticamente coberto pela comunicação social de modo a chegar a toda a populaça, de referir os aumentos dos transportes já em Janeiro de 2007.
No meio de tanta manteiga passada pelo coiro do miserável cidadão, nomeadamente com a promessa do aumento progressivo do salário mínimo nacional, é natural que a populaça se tenha esquecido do aumento da electricidade, dos esperados aumentos dos combustíveis, dos aumentos constantes das taxas de juro, que afectam os empréstimos bancários contraídos para comprar uma casota, e, agora, do aumento dos transportes públicos.
Tudo aumenta, meus senhores. Tudo excepto a merda do nível de vida desta merda de país em que, infelizmente, temos que viver.
Não me recordo quem foi o anormal que se referiu, recentemente, à classe média nacional, dizendo que não existia ou que era insignificante ou qualquer coisa do género, mas, no meio da anormalidade, se calhar até é capaz de começar a ter razão, já que a chamada classe média está cada vez mais pobre e a sofrer até ao fim do mês para conseguir sobreviver.
Para essa gentalha que dita quais os caminhos a seguir pelo país, acredito que deve ser muito fácil impor medidas nefastas á populaça, porque não andam a contar os tostões até ao fim do mês, andam bem montados nos carros que nós lhes proporcionamos, têm ajudas de custo que lhes cobrem quase todos os aspectos da vida quotidiana e um salário que, se calhar não sendo nada por aí além, vai inteirinho para a conta bancária, onde fica, impávido e sereno, a render juros.
Assim, caramba, também eu.
Gostava é que essa gentalha também tivesse que, no seu dia a dia, apanhar, com chuva ou sol, o comboio às 8 da manhã e às 6 da tarde; que tivessem que pagar, todos os dias, os seus almoços, tantas vezes compostos por uma sopinha e uma sandes para poder poupar uns cobres até ao fim do mês; que tivessem que deitar sérias contas à vida com as prestações da casa e do carro, com as contas de manutenção dum apartamento, com o colégio das crianças, com a alimentação necessária aos estômagos duma família, com os custos associados à saúde da família, etc, etc, etc.
E tudo, cara gentalha, com uma merda de mil e poucos euros por mês, que é, na melhor das hipóteses, uma média aceitável, já que há uma grande parte da populaça que tem que sobreviver ainda com menos.
Mais celibato
No caso, o senhor “padre” desistiu, a determinada altura da sua vida, da vida normal de sacerdócio, suponho eu que à frente duma paróquia e a celebrar a missa diária.
Em vez disso, arranjou um emprego, casou, teve filhos, já tem netos e, entretanto, reformou-se, ficando, assim, com uma disponibilidade total para assumir um projecto, suponho eu que paroquial, que visa a melhor integração de famílias de etnia cigana.
Então, pergunto eu, onde está o “padre”?
Onde está aquele homem que, de acordo com os votos celebrados, pode dizer a missa e dar, ao comum mortal, o sacramento da comunhão?
Pura e simplesmente, não está. Quem está é um homem que continua a seguir a sua vocação de ajudar, aconselhar e ensinar o próximo, mas que desistiu de determinados votos e determinadas virtudes que o tornavam num ser “diferente” dos demais.
Vigília
A avaliar pela bátega que assolou Lisboa há umas horas atrás, a molha deve ter sido uma coisa muito fina...
Celibato
O Papa Bento XVI convocou uma cimeira dos cardeais da Cúria Romana para analisar, entre outros temas, o celibato na Igreja Católica e a readmissão de padres casados.
Este tema já não é novo na sociedade actual e, mais uma vez, deverá ser tratado como sempre foi. Bater na mesma tecla é o que está a dar.
E a tecla a que me refiro é que quando um homem decide colocar a própria vida ao serviço do próximo, sabe, perfeita e conscientemente, no que é que se está a meter.
É um “preço a pagar” ou, se quisermos, um “risco” assumido.
Muito mal comparado, admito, é como um polícia que, ao jurar fazer cumprir a lei e proteger a populaça, deve ter plena consciência que se arrisca a ver-se envolvido em situações extremas onde pode levar umas valentes porradas ou, inclusive, levar com um balázio na carola.
Alguém que decide seguir a vocação sacerdotal, sabe que terá que abdicar de determinados “luxos” inerentes à populaça e que o celibato é um desses “luxos”.
Há dois mil e tal anos, para quem acredita nestas coisas, Jesus enviou os apóstolos a anunciar a doutrina Católica pelos povos e eles lá foram, sozinhos e sem famelga atrás. Eles foram os primeiros padres e foram eles os primeiros a, conscientemente, aceitar o celibato.
Eram homens, sim senhor, e, quem sabe, se calhar também foram os primeiros a infringir a regra do celibato mas, ovelhas ranhosas existem, e sempre existiram, em todos os nichos da sociedade.
Com esta polémica, há outra questão que se coloca… Então e as freiras? Também elas, que são “obrigadas” ao voto do celibato, vão poder seguir uma vida dedicada à Igreja e casar?
Será que um dia destes ainda vamos assistir ao casamento entre padres e freiras?
terça-feira, 14 de novembro de 2006
Mais corrupção
Na altura, pensei que era óbvio haver pouca corrupção, já que somos pequenos e com uma economia que deixa a desejar. Ou seja, aquela corrupção a larga escala e envolvendo milhões, não caberia na dimensão cá do burgo.
Mas as coisas não são bem assim. Afinal, há corrupção todos os dias e as recentes notícias apontam para uma média de 13 crimes fiscais, mais ou menos importantes, que, diariamente, chegam às mãos das autoridades com competência para os investigar.
A última investigação tornada publica já envolve uma quantia considerável de euros, cerca de 485 milhões, e visa o consórcio que ganhou o negócio de adjudicação do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), onde aparece realçado o nome do ex-ministro da Administração Interna, Daniel Sanches.
Esgravatar o passado recente
No livro, Santana Lopes faz acusações directas a Cavaco Silva, por se ter aliado ao então Presidente, Jorge Sampaio, e a dirigentes do PSD para derrubarem o governo de coligação a que presidia.
Além disso, Santana identifica, ainda, mais duas frentes, uma interna no PSD, onde pontificam nomes como Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes e Marcelo Rebelo de Sousa, e outra externa, identificada com Jorge Sampaio e com o PS e o PCP.
Tudo porque, segundo Santana Lopes, o sector cavaquista considerava que, estando o PSD no governo, com as medidas difíceis que tinham que ser tomadas, as hipóteses de vitória de Cavaco Silva nas presidenciais tornavam-se mais complicadas e preferiram deitar abaixo um governo seu para que o objectivo Belém fosse alcançado.
No comments
Na passagem habitual pelas novidades diárias, dei de caras com um “passatempo” que… Porra! Faltam-me as palavras.
Quem é que diabo vai querer gastar não sei quantos cêntimos numa chamada para se habilitar a ganhar esta coisa?
Será que isto vale alguma coisa numa casa de penhores?
Desculpem lá o mau jeito, mas esta (in)directa vai certeira para um amigo do Sempre a Produzir...
“Ó Tenente, aqui tens uma boa oportunidade para demonstrar a tua liderança em relação ao teu bando de castores e, se tens sido um leitor assíduo deste meu espaço, aguardo o teu comentário!”
A porcaria na blogosfera
Li, no Hoje há Conquilhas, que Pacheco Pereira considera que 90% do que está na blogosfera é lixo.
JPP até pode ter razão nesta afirmação, já que há blogs que não interessam nem ao Menino Jesus, mas, lá por ser um distinto comentador e político cá do burgo, deve ter em conta que muitos bloggers têm o seu próprio espaço quase como se de um diário se tratasse e que é algo manifestamente particular de cada um.
Os leitores da blogosfera são pessoas livres de escolher o que mais lhes agrada, da mesma forma que escolhem um livro, um jornal ou uma revista, ou da mesma maneira que preferem ver os Morangos com Açúcar em vez da Quadratura do Círculo.
O Dr. Pacheco Pereira pode achar, por exemplo, que o Sempre a Produzir é uma grande merda, e está no seu pleno direito da mesma maneira que eu estou no meu pleno direito de me estar nas tintas para a sua ilustre opinião.
Somos, repito, pessoas livres.
Obviamente, partilho da ideia de que muitos blogs são verdadeiras porcarias mas não ando, por aí, a apregoar tal facto.
Se um determinado espaço não me interessa, pura e simplesmente passo uma vista de olhos uma primeira vez e não volto lá. Tão simples como isso.
JPP deve ter em conta que nem todos são licenciados em política, economia, advocacia ou jornalismo, com a habilidade nata, muitas vezes derivada da própria formação, para escrever, ou falar, num espaço público e ser lido, ou ouvido, por milhares de criaturas.
Sobretudo, deve ter em conta que, da mesma forma que ele próprio sente orgulho no espaço que mantém, outros, menos dados à escrita, à opinião e a politiquices, têm tanto ou mais orgulho no sítio que publicam e que, lá por ter um blog que é, sem dúvida, uma referência no seio da blogosfera nacional, esse facto não lhe confere o direito de chamar lixo a outros menos conhecidos ou conceituados.
Termino este post subscrevendo, inteiramente, a pergunta/comentário que o Tomás Vasquez faz no Hoje Há Conquilhas… O Abrupto encontra-se no grupo dos 10 ou dos 90%?
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
Agradecimentos gerais
Não sei se o problema se estende a outros blogs cá do burgo, mas estou deveras desgostoso com esta coisa dos links da Technorati.
Os mais assíduos já repararam que faço questão de deixar um post de agradecimentos sempre que algum blog faz o link a este espaço e, aparentemente, as coisas deixaram de correr bem, já que dei conta de diversos blogs que referem o Sempre a Produzir e que não aparecem na maldita listagem.
Por isso, aqui ficam (nalguns casos pela segunda vez) os meus agradecimentos a todos os que têm contribuído para a divulgação deste meu espaço:
A Arte da Fuga
A Causa das Coisas
Coisas de Gajos
Crónicas da Burguesia
DoContra
Dolo Eventual
Hoje Há Conquilhas
Incontinentes Verbais
Lóbi do Chá
Mais Actual
República dos Desalinhados
Tomar Partido
Nota: Se faltar alguma referência, agradeço que me informem.
domingo, 12 de novembro de 2006
Vozes discordantes
É certo que em todos os partidos políticos existem vozes discordantes, mas quando estas vêm de figuras mais marcantes como Manuel Alegre, que já desafiou Sócrates noutras ocasiões, ou Helena Roseta, então as críticas devem ser encaradas de outra forma e levadas mais a sério.
Nos discursos que fizeram, ambos os militantes tocaram em pontos-chave com os quais a populaça parece estar, cada vez mais, a identificar-se e aos quais o Eng. Sócrates parece, cada vez mais, fazer ouvidos de mercador.
Estas opiniões discordantes assentam em sinais que não devem ser ignorados, tais como as grandes manifestações, que começam a ser frequentes e que só acontecem quando a generalidade da populaça está desagradada, e o facto de que uma grande parte dos portugueses que deram a maioria absoluta a Sócrates estão arrependidos e em desacordo com a actuação do executivo.
Mais uma nota… No dia da abertura do congresso, o Eng. Sócrates envergou as inevitáveis camisa branca e gravata azul.
No dia em que as vozes discordantes mais se fizeram ouvir, o secretário-geral trajava, totalmente, de preto.
Parabéns!
sábado, 11 de novembro de 2006
sexta-feira, 10 de novembro de 2006
Catálogo de compras
Entre artigos dedicados à puericultura, vestuário para homem e mulher, artigos para o lar, alta tecnologia e mantimentos para encher o frigorífico, há de tudo um pouco.
Num destes dias, recebemos um catálogo, por sinal muito completo, que abrange quase tudo menos os víveres necessários à manutenção dos estômagos da família.
Claro está que a minha querida mulher se pôs, de imediato, a vasculhar a referida publicação, cheia de vontade de accionar o cartão Visa e cheia de manifestações sobre os preços dos artigos, alguns deles bastante em conta.
Mas, de repente, eis que surge um outro tipo de manifestação, mais ligada a alguma surpresa e, até, indignação.
Na secção dedicada à casa, lá no meio da decoração, dos electrodomésticos, dos móveis e dos brinquedos, eis que surge uma subsecção, dedicada à beleza e à saúde, onde se podem encontrar uns artefactos, pomposamente chamados de vibromassajadores, mais conhecidos por vibradores.
Não ponho em causa o gosto que algumas mulheres tenham por estes aparelhos a pilhas destinados a substituir a pila do homem, mas não me parece inteiramente responsável colocar este tipo de objecto numa publicação que vende roupa e artigos para crianças, e que, como tal, pode ser visionado por toda a família, além de poder ferir a susceptibilidade de potenciais clientes que se sentirão incomodadas.
Nota: Para as leitoras deste espaço eventualmente interessadas, e, parece que há para todos os gostos, deixo aqui o link e fico na expectativa dos vossos prezados comentários.
Ao segundo dia…
Benfica
Importante, sem dúvida, mas não seria muito mais marcante brindar os sócios e simpatizantes com resultados mais positivos, nomeadamente na Primeira Liga de Futebol?
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Contradições
Obesidade
Antes, dizia-se que gordura é formosura e que a açorda faz a velha gorda. Hoje em dia, olha-se para a obesidade como um problema de gravíssimas consequências. Não digo que não.
Antes, ter uns quilinhos a mais ou, no caso dos homens, a típica barriga de cerveja era coisa perfeitamente normal. Hoje em dia, o pessoal é logo apelidado de gordo e desleixado.
É, sem dúvida, preocupante saber que, cá no burgo, a obesidade tem uma grande tendência a aumentar e que mais de metade da populaça tem excesso de peso, mas o problema de gordura a mais já existia no tempo da outra senhora.
Acontece que ninguém ligava puto a estas coisas e o pessoal vivia contente e feliz, sem preocupações sobre quantos pastéis de nata comiam ou deixavam de comer.
Tudo isto para dizer que, segundo o Professor Davide Carvalho, presidente do Décimo Congresso de Obesidade, comer, ao mesmo tempo que se vê televisão, aumenta a probabilidade de engordar, da mesma maneira que comer depressa, em pé ou a fazer outra actividade, fazendo com que se perca a noção de quando o corpo está devidamente saciado.
Então o pessoal já não pode ver as notícias da noite, enquanto saboreia um arroz de polvo malandrinho, ou o Prós & Contras, enquanto ceia um pãozito barrado com manteiga magra e bebe um copo de leite meio gordo?
Quanto a comer enquanto se faz outra actividade, essa é mais complicada, já que não deve dar jeitinho nenhum engolir um bom bife do lombo, acompanhado de batatas fritas e ovo a cavalo, enquanto se aspira a casa ou se faz jogging ou, porque não, outras actividades do foro íntimo de cada um.
O especialista refere, ainda, que as mudanças de funções de cada compartimento da habitação são, também elas, motivo de reflexão sobre as causas do excesso de peso, já que há lares onde o hábito de comer à mesa é coisa do passado.
Mas há, por aí, alguém que se lembre de ir degustar uma boa feijoada à Portuguesa na casa de banho, tipo piquenique, enquanto toma duche ou está sentado na sanita?
Reacções
Ângelo Alves, do Partido Comunista Português, afirmou que o resultado representa “a expressão do descontentamento crescente do povo norte-americano relativamente à política agressiva e militarista de Bush no Iraque e no Médio Oriente”.
Ainda à esquerda, o bloquista Fernando Rosas declarou que “as eleições norte-americanas significaram uma derrota retumbante da política da administração Bush, não só relativamente ao Iraque, mas a muitos assuntos da própria administração interna no que respeita aos direitos básicos dos cidadãos".
Já à direita, Telmo Correia disse que “em democracia, a alternância de poderes é normal. Ao contrário do que, por vezes, se diz, os Estados Unidos são uma democracia exemplar".
Segundo consta, o presidente Bush ainda estava numa de mágoa profunda quando a secretária lhe pôs à frente os comentários portugueses e a reacção foi conclusiva:
"Reactions from where? Portugal? Who gives a fuck?”
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
Conversa fora de horas
Depois das acusações, proferidas por ambos em tons de voz mais altivos e estridentes, e da palhaçada a que se assistiu, durante a tarde de ontem, no hemiciclo, os dois políticos ainda tiveram tempo para ficar na conversa.
Quem me conhece, sabe bem que sempre defendi a teoria de que no parlamento e nas televisões os políticos atacam-se como loucos, dando à populaça a impressão de que aquilo é tudo muito a sério, para, pouco depois, irem todos jantar e beber uns grandes copos e, aí sim, chegar, serenamente, a acordos que sirvam a ambas as partes.
EUA
Assim sendo, Bush vai ter recorrer a compromissos políticos que lhe permitam governar durante os dois anos que lhe faltam de mandato presidencial e, ao mesmo tempo que reconheceu a vitória dos democratas, a Casa Branca já mostrou ganas de laborar com a nova maioria em áreas tão importantes como a economia e o combate ao terrorismo.
Oooops... 'Tou tramado!
A importância do telemóvel
Parece que os telemóveis dos nossos dias deixaram de ter a função para a qual foram, inicialmente, concebidos, ou seja, permitir que duas criaturas comuniquem entre si sem estarem condicionadas à disponibilidade dum telefone fixo mais à mão.
Hoje em dia, antes de saber se o telemóvel permite efectuar chamadas, o consumidor prefere saber se o aparelho tem rádio, mp3, câmara fotográfica, ecrã com não sei quantos mega pixels, que lhe permita ver televisão ou um bom filme, sons polifónicos (para chagar a cabeça do vizinho) e acesso à Internet para poder jogar, online, contra outros aficionados da jogatana, entre outras artimanhas tão (des)necessárias.
Só depois lhe interessa saber se tem uma boa capacidade de armazenamento para contactos, se permite mandar mensagens escritas e, por último, se tem as teclas necessárias para marcar um número de telefone e efectuar uma chamada.
A este fanatismo tecnológico temos que somar o fanatismo consumista, e Portugal, país extremamente rico, tem quase tantos milhões de telemóveis como milhões de criaturas.
Para estes números, contribuem aqueles a quem não chega ter um aparelhometro e cuja vida, tão atribulada e preenchida, exige um telefone ligado a cada uma das redes móveis existentes cá no burgo, chegando a ser caricato observar a aflição de alguns seres ao retirarem das malas, à pressa e cheios de indecisão, três aparelhos, sem saberem qual deles está a apitar.
Parece aquele jogo de papel que havia nos meus tempos de escola, o “Quantos Queres?”.
Antigamente, o pessoal coleccionava selos e cromos da bola.
Actualmente, o que está a dar é coleccionar telemóveis.
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Sete meses
Fiquem os leitores sabendo que a pequena criatura passa a vida muito bem disposta, excepto, como é óbvio e natural nestas idades, por ocasião das inevitáveis birras, normalmente derivadas da luta contra o sono. Irrequieta, curiosa e risonha, a bebé está cada vez mais interactiva com o mundo que a rodeia.
A propósito de birras, foi durante estes típicos fenómenos que já se ouviu, distinta e quase perfeitamente, o som da palavra mamã. Pensamos que ainda é cedo, mas será que a pequena criatura já se apercebeu e já faz a ligação da palavra à pessoa?
No infantário é uma verdadeira terrorista e, neste caso, ainda bem, já que é a única rapariga no berçário, contra alguns cinco rapazes, e o instinto de auto defesa tem que estar sempre bem presente. Já em casa, a palavra terrorista aplica-se durante as brincadeiras a que se dedica enquanto está no parque, ou no tapete colorido que enfeita o chão do quarto, rodeada de bonecos, rocas e afins que persiste em agitar freneticamente de modo a proporcionar um chinfrim infernal.
Agora que começa a ficar sentada durante bastante tempo sem cair, tipo boneco de trapos, a cria passou usar a cadeirinha de refeições (o que proporciona mais situações caricatas e hilariantes) e o banho passou a assumir outra importância, com o emblemático chapinhar na espuma a ser mais um motivo de brincadeira para a bebé.
Recentemente, mais uma nova etapa na vida da famelga, com a mudança de poiso para dormir.
Apesar de já repousar, há alguns meses, no próprio quarto, desta vez foi a passagem do berço para a cama de grades que envolveu algumas artimanhas, uma vez que, até adormecer, a criatura persiste em fazer inúmeros exercícios de ginástica e acaba, inevitavelmente, por ficar atravessada na cama ou, inclusive, virada ao contrário.
Em relação ao assunto ao qual fiz mais referências em posts anteriores sobre a nossa filha, não vale a pena, como se costuma dizer, bater mais no ceguinho… Aquele cheirinho divinal passou a fazer parte do nosso quotidiano.
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
Manuel Monteiro
Parece que a segunda hipótese se veio a confirmar e Manuel Monteiro quer voltar às luzes da ribalta, desafiando Paulo Portas para um debate que permita à populaça saber, com clareza, quem se assume como líder da direita cá no burgo.
Falta de combustível
Mas, antes de se meter num negócio destes, convém deitar contas à vida e contar, também, com a manutenção, o seguro e o combustível.
Para quê comprar um meio de locomoção melhor se, depois, não há verba para pôr a viatura a circular?
Ora, parece que foram precisamente estas contas que escaparam às Forças Armadas e ao Ministério da Defesa, detentores de um contrato celebrado com a Galp Energia que poderá ser posto em causa se não for liquidada uma dívida que ascende a cerca de dois milhões de euros (e o que eu faria com este montante...).
A dívida, confirmada, mas não quantificada, pelo Ministério da Defesa Nacional, tem origem no não pagamento do fornecimento de combustíveis ao Exército e foi contraída pela Manutenção Militar, a entidade publica através da qual o Exército contrata o fornecimento de géneros e combustíveis.
Parece que na Marinha e na Força Aérea o caso é diferente, já que a logística destes dois ramos das forças armadas assumem directamente as compras e os pagamentos, sem recorrer a intermediários.
No entanto, as notícias apontam no sentido de todos os ramos das FA virem a ser afectados, caso o tal contrato venha a ser posto em causa.
Devolução
Ainda que a medida esteja dependente de uma decisão parlamentar, os bancos já disseram que se vão opor a esta devolução.
Ora, de acordo com o Diário Económico, a proposta de lei aprovada em Conselho de Ministros no final da semana passada aplica o arredondamento dos juros no crédito à habitação à milésima e inclui, nesta nova regra, os contratos já existentes, o que permitirá aos clientes reclamar o que já pagaram por conta de arredondamentos menos favoráveis.
A mesma fonte ouviu o Presidente da Associação Portuguesa de Bancos, João Salgueiro, que afirmou que a “retroactividade da lei não faz sentido” e que”não é prática de um país bem ordenado".
domingo, 5 de novembro de 2006
Comentários ao Sempre a Produzir
São leitores que têm ajudado e contribuído para o crescimento do Sempre a Produzir e que, por diversas vezes, já manifestaram a intenção de deixar um comentário sem, no entanto, quererem ter um espaço próprio ou estarem, de alguma maneira, averbados a estas lides.
Assim, e atendendo ao pedido de várias respeitáveis famílias, decidi abrir, até ao fim do ano e à laia de experiência, o espaço dedicado aos comentários também aos comentadores anónimos.
Figueira da Foz
Não se entende, sinceramente, como é que uma cidade com a dimensão da Figueira, e que serve tanta gente de populações à volta da urbe, deixa de contar com um serviço hospitalar tão especializado e essencial na nossa sociedade.
Notícia fresquinha
sexta-feira, 3 de novembro de 2006
Qualidade vs quantidade
Testemunho verídico
"Tanto para os que me conhecem melhor e já sabem um pouco da minha vida, e para os que não, passo a explicar:
Tenho 36 anos e sou mãe de 3 crianças, uma de11, outra de 6 e a última de 2.
A última nasceu com Trissomia 21 (síndrome de Down – vulgo Mongolismo) e soubemos no início da gravidez, o que nos fez passar por determinadas situações dolorosas, difíceis e muito "estranhas"....
Este tornou-se num assunto, para mim, "delicado" e incrível.
Sempre fui leve em relação ao assunto do aborto, até me ver na situação.
Como já disse, nós soubemos da deficiência da nossa filha Leonor às 16 semanas de gravidez. Foi um enorme choque, como devem calcular...
Após a notícia, foi-nos IMEDIATAMENTE comunicado pelo médico que poderíamos abortar e teríamos de decidir até às 24 semanas.
Por lei eu podia abortar e, de repente e sem mais nem menos, estava nas minhas mãos a vida de alguém.
O que quer que eu decidisse, a lei apoiava-me tal como maioria da sociedade.
É desconcertante este sentimento...
Poder anular uma vida à vontade, sabendo que toda a gente me entende e apoia (mesmo que não concorde).
Tudo isto porque ela não é normal... É diferente, tem um atraso mental que nunca a vai deixar tirar um curso superior, casar e ter filhos... Por estas razões eu posso matá-la. A sociedade apoia, paga e assina por baixo!
Achámos (Zeca e eu) que temos filhos para ELES serem felizes (e não nós, os pais, como muita gente acha). A felicidade é relativa e não passa obrigatoriamente por cursos superiores nem casamentos. Além de que, aprofundando o assunto, estas crianças mongolóides são tão mais descomplicadas que naturalmente são felizes.
Fiquei radiante quando me apercebi e consciencializei que dos meus 3 filhos, uma já ia ser feliz...
Aos outros dois ainda tinha muito que os ajudar e isso deu-me imenso conforto! A mongolóide era certamente a feliz! Que bom e maravilhoso ter essa certeza. Quantos de vocês tem essa segurança em relação aos vossos filhos, ditos normais?
Bom, isto tudo para dizer que, apesar de não desejarmos uma criança deficiente, nunca (apesar de neste caso a lei dizer que sim) pensámos em matá-la!
A minha vida vai mudar? Sim
Vou estar enfiada
O coração dela está bem? Não sei
Os outros órgãos? Não sei
Ouvirá bem? Não sei
Verá bem? Não sei
Vocês sabem antes dos vossos filhos nascerem? Têm certezas?
A partir desse momento e desses meses, a história do aborto tornou-se tão clara para mim que gostava que lessem para ver se concordam...
Se é das 10 semanas ou 12 ou 24. Se é despenalizar ou liberalizar, se é PSD, PP, PS, Bloco… Se, se, se…
A pergunta que nos vão fazer é, (esqueçam o que os a favor chamam "despenalização" e os contra "liberalização") se qualquer mulher (pobre ou rica, com ou sem problemas) que não quer ter um filho pode matá-lo até às 10 semanas de idade?
Sim ou não?
Pode ou não?
Comecei a pensar... Há tanta gente que tem pena destas mulheres. Eu também tenho, mas se elas não queriam engravidar, se não têm dinheiro ou não têm casa, se são drogadas ou se têm 15 anos, qual é a solução?
Matar o filho, claro!
É efectivamente uma solução, que tanta gente apoia e está pronta a pagar do seu próprio bolso.
Lembrei-me depois, no seguimento deste raciocínio, que há outras mães nessas condições.
Lembram-se da mãe da Joaninha, aquela mãe que matou a filha de 5 anos e que está presa?
E que Portugal INTEIRO se revoltou contra ela?
Mas ela, coitada, também não tinha condições de ter a Joaninha. Perdeu o emprego, não conseguia ajudá-la e achou que para ela ter uma vida assim, mais valia matá-la, no fundo era um acto de amor e proteger a sua filhota de sofrer.
E dentro do mesmo contexto, achou bem.
Matou-a, provavelmente ela não deu por nada, tal como os bébés na barriga, e acabou-se o problema.
São 2 casos idênticos, mas as pessoas reagem de maneira diferente. É engraçado ver que num revoltam-se e no outro ainda estão apensar nas pobres mães que não os podem criar. QUAL É A DIFERENÇA?
É mais fácil matar quem não se conhece a cara. É cobardia. O coração bate em ambas.
Pensem bem... Duas mães que matam os seus filhos exactamente pela mesma razão.
Uma pode e deve ir para a cadeia mas a outra, coitadinha, nem pensar. Além de que isto tudo é secundário. A mãe, lamento, não está em causa no referendo ao contrário do que nos impigem. O que está em causa é o filho. Pode-se matar ou não? É sobre ele que vamos decidir.
Há quem lhe chame "despenalização", eu (Bita) chamo MATAR.
Vocês consideram que a vida de um ser humano tem valor menor do que a dignidade da mãe? Por acaso assassinar a um ser humano inocente e indefeso não seria um crime maior do que o estropio sofrido pela mãe?
O aborto não é um direito da mulher.
Ninguém tem direito de decidir se um ser humano vive ou não vive, mesmo que seja a mãe que o acolheu no seu ventre. A mulher tem o direito de decidir se concebe ou não. Mas desde que uma vida foi gerada no seu seio, é outro ser humano, em relação ao qual tem particular obrigação de o proteger e defender."
Parte II
"Meus queridos amigos, gostava, para quem ainda não pensou no assunto, que pensasse.
Vamos brevemente decidir sobre a ética do nosso País. Sobre se podemos ou não abortar livremente até às 10 semanas.
Segundo alguns quase toda a Europa já aborta, matando as suas crianças e só Portugal é que está atrasado.
Fico radiante de o nosso atraso ser bom. Tal como fazemos com os nossos filhos, dos colegas da escola devemos copiar os bons alunos e não os maus. Temos de saber o que devemos trazer de exemplo da Europa e o que NÃO DEVEMOS copiar. Além de que muitos deles já estão arrependidos das decisões tomadas mas agora é tarde demais para voltar atrás. Nós é que estamos SUPER ATRASADOS!
Votem contra a morte.
Não se abstenham, é uma vergonha.
Na dúvida, escolham a VIDA!
Tenham tomates para dizer a vossa opinião em público.
E mais, acabou-se o modernismo de "eu sou contra, mas cada um sabe de si". NÃO! Se é contra explique e convença os outros. Abra-lhes a mente.
Vocês têm essa obrigação, de ajudar os indecisos, e quem não vê nem entende, a entender.
E não metam isto nas mãos dos católicos. Este assunto da vida tem a ver com Budistas, Católicos, Ateus, etc. É um assunto de ética moral da mais simples. Desde que nascemos que aprendemos que não se mata. Matar é mau.
Chega de estar tudo no seu canto a opinar e os políticos a decidir se matamos ou não os nossos filhos.
E vocês, Pais (homens), mais do que ninguém, falem! Alguém vos perguntou se podem matar os vossos filhos? Vocês nem têm voz. A mulher decide tudo sozinha (coitadinha)!